Cardozo discute pacote anticorrupção com líderes da base aliada
Sérgio Lima/Folhapress | ||
O vice-pres. Michel Temer (ao centro, à esq.) em café da manhã com ministros e parlamentares da base |
O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo apresentou aos líderes da base aliada as medidas de combate à corrupção que serão enviadas ao Congresso como resposta às manifestações e à crise política, em café da manhã realizado nesta terça-feira (17) no Palácio do Jaburu, residência do vice-presidente Michel Temer (PMDB).
O encontro faz parte de um movimento iniciado pela presidente Dilma Rousseff de aproximação com o Congresso, com encontros periódicos com parlamentares da base aliada e a cúpula do governo. Cardozo expôs as ideias do governo e ouviu a opinião dos deputados sobre as propostas.
Para afagar a base, Temer chegou a citar o filósofo francês Jean Jacques Rousseau para dizer que o Legislativo é o Poder mais importante na representação do povo, segundo relatos de parlamentares.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que "de sete a dez grandes medidas integram o pacote", mas não adiantou detalhes. Outros parlamentares citaram entre as propostas a extensão da Lei da Ficha Limpa a funcionários públicos em todas as esferas de governo e a agilização de processos judiciais.
"É um marco porque os líderes da base discutiram o conteúdo do pacote. Não vai pegar ninguém de surpresa", afirmou Guimarães.
Segundo a coluna Painel desta terça, uma das principais do pacote será garantir, na regulamentação da Lei Anticorrupção, que as empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato fechem os acordos de leniência. O Planalto vai propor gradações para a multa que empresas investigadas têm de pagar. O fato de serem muito altas era um dos obstáculos para selar os acordos.
O líder do Pros na Câmara, Domingos Neto (CE), considerou "importante" o aceno do governo federal. "Não importa que quando cheguem ao Congresso as medidas continuem sendo discutidas. O gesto político [de chamar a base para conversar] é importante", afirmou.
Temer ainda afirmou aos líderes que não devem se preocupar com as manifestações. "Ao contrário, podemos até aplaudir porque o aplauso a esses movimentos significa a relevância da democracia que está instalada definitivamente no nosso país", relatou à imprensa.
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