Com greve de professores no PR, Richa convoca PM para cercar Assembleia
Estelita Hass Carazzai/Folhapress | ||
Policiais militares cercam prédio da Assembleia Legislativa do Paraná |
Os professores estaduais do Paraná iniciaram mais uma greve geral nesta segunda-feira (27) em protesto contra a proposta de mudança na previdência estadual –que começa a ser votada nesta semana na Assembleia. Com o risco de nova invasão, o governo de Beto Richa (PSDB) convocou centenas de policiais para proteger o prédio.
É a segunda paralisação da categoria neste ano. Em fevereiro, os professores invadiram o prédio em protesto contra o ajuste fiscal proposto por Richa, que incluía alterações na previdência.
Com a invasão, o governo foi obrigado a recuar e retirar a proposta de votação, reapresentada agora. Na ocasião, 10 mil pessoas protestaram contra os deputados, que foram obrigados a entrar na Assembleia em um ônibus do choque, sob proteção policial e debaixo de vaias.
Nesta segunda, para pressionar os deputados a não aprovarem o projeto, milhares de educadores se reuniram no centro de Curitiba e marcharam para a assembleia.
A decisão de Richa tem como base uma ordem judicial, conseguida pela presidência da Assembleia na sexta (24), que impede os servidores de invadirem a Assembleia, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia.
Por isso, o Legislativo foi isolado. Cercas foram colocadas em frente ao prédio para impedir a entrada de manifestantes. Linhas de ônibus foram desviadas do local.
Por volta das 14h, houve uma pequena discussão entre um grupo de manifestantes e policiais militares que colocavam grades em torno do Palácio Iguaçu, sede do governo estadual. O local fica em frente à Assembleia. Não houve confronto, porém.
Em crise financeira, o governo reapresentou uma nova alteração para a previdência –uma das principais despesas do Estado.
PREVIDÊNCIA
A gestão quer deixar de pagar parte dos aposentados com o caixa próprio, e repassá-los ao fundo previdenciário, criado na década de 1990 com contribuições dos servidores e do governo, que hoje é superavitário. A economia seria de R$ 1,7 bilhão ao ano.
Os professores protestam. Dizem que a medida vai acabar com a sustentabilidade da previdência estadual, que deixará de ser superavitária em alguns anos, e fere os direitos dos servidores. Nos carros de som, a categoria acusa Richa de ser "autoritário".
A gestão Richa anunciou que pretende descontar as faltas dos professores e declarou ser "lamentável" a decisão da categoria de entrar em greve, já que "todos os itens acordados no início do ano estão sendo cumpridos". O governo entrou na Justiça para pedir que a greve seja considerada abusiva.
Nesta segunda-feira, o projeto começa a ser votado em plenário, em primeira discussão. A votação final está prevista para quarta (29). O governo Richa tem maioria na Assembleia.
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