Aliança com PMDB 'não pode ficar em cima de cargos', diz Renan a Lula
Pedro Ladeira/Folhapress | ||
Lula cumprimenta Renan Calheiros sob os olhares de Delcídio do Amaral (gravata azul) e Edison Lobão |
Em um momento de crise entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a relação entre o seu partido e o governo federal não pode ficar "em cima da mera ocupação de cargo."
Durante almoço na residência oficial do presidente do Senado, nesta quinta-feira (14) em Brasília, Renan disse que a presidente Dilma Rousseff precisa apresentar "um plano de desenvolvimento para o país" e, literalmente, governar.
A opinião de Renan é compartilhada por Lula que, nos bastidores, tem dito que o governo de sua sucessora "está paralisado" e que ela precisa viajar pelo país, entregar obras e apresentar resultados para tentar recuperar sua popularidade.
"Dilma precisa rapidamente apresentar um plano de desenvolvimento, um programa de governo, e a aliança do PMDB tem que ser em cima disso, porque senão sobra a coisa da mera ocupação de cargo. O PMDB está sendo atraído para isso e não pode concordar com isso", disse Renan ao final do almoço.
Lula ficou de conversar com a presidente sobre as demandas do peemedebista. O ex-presidente e Dilma devem se encontrar ainda na noite desta quinta-feira (14).
TERCEIRIZAÇÃO
O presidente do Senado disse ainda que Lula "considera urgente" regulamentar a terceirização, contanto que não se permita que as atividades-fim sejam terceirizadas nas empresas. Segundo Renan, a terceirização começará a ser debatida na próxima terça-feira (19) na Casa.
Participaram também do almoço os senadores Delcídio do Amaral (PT-MS) e Edison Lobão (PMDB-MA). Delcídio, organizador do encontro, disse que é importante ouvir Lula sobre o tema, pois o ex-presidente tem conversado constantemente com empresários e movimentos sociais.
"O presidente Lula considera que é urgente a terceirização, e todos nós também. O que não pode é colaborar para que seja regulamentação da atividade-fim, porque isso precariza os trabalhadores que hoje não estão terceirizados", disse Renan.
O ex-presidente já afirmou diversas vezes ser contrário à proposta aprovada pela Câmara –e que tramita agora no Senado– que permite que todas as atividades-fim sejam terceirizadas. Lula disse que a presidente Dilma Rousseff "tranquilamente" irá vetar o projeto caso ele passe da forma como está.
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