Disputa por comando de PSDB gaúcho vai à Justiça
A disputa pelo comando do PSDB no Rio Grande do Sul foi parar na Justiça após uma decisão da executiva nacional que beneficiou um deputado próximo ao senador Aécio Neves (MG).
Bruno Araújo, vice-presidente nacional do PSDB, assinou uma resolução que inviabiliza a participação de cerca de um quarto dos delegados tucanos do Estado na eleição que vai definir o presidente estadual do partido. A disputa será realizada no próximo fim de semana.
O texto da resolução justifica a suspensão de delegados afirmando que as convenções locais do partido naquelas cidades ainda são questionadas internamente.
Deputados estaduais afirmam que a iniciativa retirou do processo de escolha opositores do candidato Nelson Marchezan Júnior. Ele é deputado federal e também ocupa o cargo de segundo secretário nacional do PSDB.
"É muita coincidência suspender delegados só nas cidades que não votam nele [Marchezan]", diz o deputado estadual Jorge Pozzobon. Ele diz que Bruno Araújo foi "induzido ao erro" por influência do deputado federal.
A ex-governadora tucana Yeda Crusius, via Twitter, chamou a decisão que favoreceu Marchezan de "golpe".
Entre os cerca de 400 delegados que teriam direito a voto, foram afetados mais de cem, que pertenciam a cinco diretórios municipais. Em dois desses municípios, a Justiça já concedeu liminares determinando que os delegados suspensos possam votar. Outros dois diretórios também entraram com recurso.
Eles argumentaram que a medida foi "tirana" e feita apenas para beneficiar o "projeto pessoal" do deputado federal.
ADIAMENTO
O PSDB nacional ainda pressiona os integrantes do diretório gaúcho a formar um consenso e evitar uma disputa. A escolha deveria ter ocorrido no último domingo, mas acabou adiada em uma semana devido ao imbróglio.
Também se candidataram o secretário da Energia do governo gaúcho, Lucas Redecker, que tem o apoio da atual direção estadual, e o ex-vice-governador Vicente Bogo.
Marchezan, que articula a candidatura a prefeito de Porto Alegre em 2016, diz que houve interferência nacional nessas cidades porque o partido lá é pouco estruturado e está sempre ligado a prefeitos de outras siglas.
Ele cita que uma norma editada por Aécio neste ano permite a dissolução de diretórios municipais de baixo desempenho na eleição anterior para deputados.
"O que eu vou fazer se onde eu não tenho voto é onde a gente [o partido] tem problemas?", diz o deputado.
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