Juiz bloqueia até R$ 20 milhões de executivos investigados na Lava Jato
Na decisão que determinou a prisão dos principais executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, durante a 14ª fase da Operação Lava Jato, o juiz federal Sergio Moro também bloqueou o saldo de contas correntes e ativos financeiros de dez investigados —inclusive dos presidentes das empreiteiras.
Até R$ 20 milhões de cada executivo será sequestrado pela Justiça.
Os presidentes Marcelo Odebrecht, da empresa Odebrecht, e Otávio Marques de Azevedo, da Andrade Gutierrez, estão nessa lista.
Na 14ª fase da Operação Lava Jato, também foram atingidos os executivos da Odebrecht Marcio Faria, Rogério Araújo e Cesar Ramos Rocha; da Andrade Gutierrez, Elton Negrão de Azevedo Júnior, Paulo Roberto Dalmazzo e Antônio Pedro Campelo de Souza; o empregado da Petrobras Celso Araripe; e o ex-funcionário da Odebrecht João Antônio Bernardi Filho, sócio de uma empresa que operava a lavagem de dinheiro, segundo as investigações.
"O esquema criminoso em questão gerou ganhos ilícitos às empreiteiras e aos investigados, justificando-se a medida para privá-los do produto de suas atividades criminosas", escreveu Moro, no despacho.
Ele pondera que nem todos os recursos bloqueados têm necessariamente origem ilícita, e que valores referentes a salários podem ser liberados depois, mediante pedido.
Eduardo Knapp - 28.ago.2014/Folhapress | ||
O empresário Marcelo Odebrecht, dono da construtora, preso pela Polícia Federal |
OUTRO LADO
A Odebrecht informou, por meio de nota, que considera desnecessária a prisão de executivos da empresa nesta sexta-feira (19), no âmbito das investigações da Operação Lava Jato.
A Andrade Gutierrez negou qualquer envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras.
"Como é de conhecimento público, a CNO [Construtora Norberto Odebrecht] entende que estes mandados são desnecessários, uma vez que a empresa e seus executivos, desde o início da operação Lava Jato, sempre estiveram à disposição das autoridades para colaborar com as investigações", afirmou a Odebrecht.
A Andrade Gutierrez informou que presta todo o apoio necessário aos seus executivos nesse momento.
"A empresa informa ainda que está colaborando com as investigações no intuito de que todos os assuntos em pauta sejam esclarecidos o mais rapidamente possível. A Andrade Gutierrez reitera, como vem fazendo desde o início das investigações, que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Operação Lava Jato, e espera poder esclarecer todas os questionamentos da Justiça o quanto antes", afirmou.
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