'Não sou o dono da Câmara', diz Eduardo Cunha
Pedro Ladeira - 18.jun.2015/Folhapress | ||
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) |
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), minimizou seu poder de influência sobre as votações da Casa –responsável por seguidas derrotas do governo Dilma Rousseff–, e afirmou estar ciente do impacto de "sinais equivocados" dos deputados na economia do país.
Em sua conta no Twitter na tarde deste domingo (9), o peemedebista ainda alfinetou o Palácio do Planalto ao afirmar que não cabe a ele "constituir a maioria que o governo não tem para vencer votações". Para Cunha, a "verdade nua e crua" é que não existe uma base de congressistas aliados aos interesses do Executivo.
"Presidente da Câmara não é o dono da Câmara e nem do voto dos deputados", escreveu. "É preciso parar com essa fantasia de que sou responsável pelo resultado das votações, como se eu fosse capaz de convencer a todos. E convencer por um motivo de retaliação. Será que todos se submeteriam a isso?".
Na primeira semana de trabalhos da Câmara após o recesso branco, foi instalada uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os empréstimos do BNDES –sem a presença do PT nos principais cargos de comando, o plenário da Casa aprovou as contas de parte dos mandatos de três ex-presidentes (o que abriria caminho para a análise das contas de Dilma relativas a 2014) e rejeitou o adiamento da votação da PEC 443, que aumenta salários do funcionalismo público.
A votação do projeto teve inclusive o apoio de deputados petistas. "A tentativa de alguns de me colocar como vilão das contas públicas por retaliação ao governo não tem amparo na realidade dos fatos", disse Cunha.
"Sei bem os riscos que sinais equivocados podem causar na avaliação do grau de investimento do país e não compactuo com isso", afirmou, na rede social. Para ele, "sem reagrupar a sua base", o Planalto continuará a sofrer derrotar.
Cunha lembrou ainda a votação de projetos no passado desfavoráveis ao governo, num momento em que o presidente da Câmara era o então deputado federal Michel Temer, hoje vice-presidente. "Isso não quer dizer que Michel estava contra as contas públicas. Foi a vontade da Casa naquele momento que ele teve que aceitar", avaliou.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade