Defesa de Youssef pede suspensão das ações contra o doleiro
A defesa do doleiro Alberto Youssef, um dos principais operadores do esquema de corrupção desvelado pela Operação Lava Jato, pediu nesta terça-feira (11) a suspensão de todas as ações e inquéritos em andamento contra ele.
O pedido se deve a uma previsão do acordo de colaboração premiada de Youssef, firmado em setembro do ano passado.
O termo de delação previu que, quando as penas do doleiro somassem 30 anos de reclusão, todas as ações e inquéritos contra ele seriam suspensos.
"É um princípio da Justiça criminal negociada. Está na lei", diz o advogado Adriano Bretas, um dos defensores de Youssef. Para ele, a efetividade da colaboração do doleiro, que revelou como funcionava o esquema e quais eram seus destinatários, assegura esse benefício.
Na prática, isso fará que com Youssef deixe de ser punido por outros crimes investigados na Lava Jato (ele ainda responde a outras 11 ações penais), e não seja mais denunciado em novos processos da operação.
"A punição dos outros crimes já está contemplada, foi embutida dentro do acordo", comenta Bretas.
A suspensão vale apenas para o doleiro, e não altera a punição de outros réus ou investigados nos mesmos processos. O pedido ainda precisa ser acatado pela Justiça.
SENTENÇAS
Atualmente, Youssef já foi condenado em quatro ações penais relativas à Lava Jato, pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção, e em mais uma ação que diz respeito ao caso Banestado (banco do Paraná envolvido em remessas ilegais de dinheiro para o exterior), também por corrupção.
Essas penas somam, até agora, 43 anos e 9 meses de reclusão.
Caso o pedido da defesa seja acatado pelo juiz federal Sergio Moro, os prazos das ações e inquéritos contra Youssef serão suspensos por dez anos, conforme prevê o acordo de colaboração.
Depois disso, fica extinta a punibilidade do doleiro.
Se ele voltar a cometer crimes ou quebrar o acordo antes disso, a suspensão é revogada e ele passa a responder normalmente aos processos e inquéritos –desta vez, sem o benefício da delação.
Também por causa do acordo, Youssef deve ficar preso por apenas três anos, ainda que suas penas somem mais de 30 anos. Depois, ele seguirá diretamente para o regime aberto.
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