Mesmo após polêmica com Kroll, CPI do BNDES quer contratar investigação
Reunidos nesta quinta (13), deputados que comandam a CPI do BNDES na Câmara decidiram contratar uma empresa de investigação para ajudar na análise dos documentos que serão solicitados ao banco.
A CPI apura empréstimos suspeitos concedidos pelo BNDES de 2003 a 2015, nos governos do PT.
A medida é semelhante ao que foi feito na CPI da Petrobras, que contratou por R$ 1 milhão a empresa Kroll. Naquele caso, a contratação foi polêmica, pois teve o objetivo de rastrear contas no exterior dos delatores da Operação Lava Jato, o que poderia fragilizar a credibilidade dos depoimentos deles, beneficiando os políticos citados –como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado pelo lobista Julio Camargo de ter recebido propina de US$ 5 milhões.
Durante seus trabalhos na CPI da Petrobras, a Kroll manteve em sigilo os nomes das pessoas que investigava.
Segundo o presidente da CPI do BNDES, Marcos Rotta (PMDB-AM), a contratação de uma empresa de investigação ainda depende de aprovação dos membros da comissão e do aval da presidência da Câmara, que é quem vai arcar com os custos. O nome da empresa ainda não foi decidido.
Na próxima quinta-feira (20), a CPI ouvirá o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Até lá, de acordo com Rotta, não serão convocadas novas pessoas.
Entre os requerimentos já apresentados pelos deputados e que carecem de aprovação há convocações para ouvir o ex-presidente Lula, o ex-ministro do Desenvolvimento e atual governador de Minas, Fernando Pimentel, e a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, antigo braço direito de Dilma Rousseff.
Na terça (18), a CPI deverá requerer os primeiros documentos ao BNDES, como os que envolvem grandes projetos no exterior, como em Cuba e na Venezuela. Também deverá decidir se serão criadas sub-relatorias, medida defendida por deputados do PSDB para pulverizar o poder do relator, deputado José Rocha (PR-BA).
FUNDOS DE PENSÃO
A CPI dos Fundos de Pensão, instalada nesta quarta, (12), também deve contratar uma empresa para auxiliar os trabalhos dos deputados.
A empresa deve ser escolhida na semana que vem pelo presidente da comissão, deputado Efraim FIlho (DEM-PB), e pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Efraim já descartou a escolha da Kroll para acompanhar os trabalhos.
A CPI dos Fundos de Pensão tem em seu escopo menção a quatro grandes fundos: Funcef, Petros, Previ e Postales. Contudo, os trabalhos miram integrantes do governo federal e envolvidos na Operação Lava, da Polícia Federal.
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