Renan se encontra na segunda com Janot, que o investiga na Lava Jato
Investigado sob suspeita de participação no esquema da Lava Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), irá receber em seu gabinete, nesta segunda, o chefe do Ministério Público Federal, Rodrigo Janot.
Indicado pela presidente Dilma Rousseff para ser reconduzido ao cargo de procurador-geral da República, Janot é o responsável por conduzir as investigações contra Renan e vários outros congressistas.
Oficialmente, porém, o encontro deve ter caráter institucional, já que a recondução do procurador-geral tem que ser ratificada pelo Senado, casa presidida por Renan.
Ed Ferreira - 25.mai.2015/Folhapress | ||
O procurador-geral da Republica, Rodrigo Janot, durante lançamento de campanha contra a corrupção |
Antes de ter sua indicação ao Senado para permanecer no comando do MP por mais dois anos, Janot se reuniu com a presidente Dilma Rousseff e o ministro José Eduardo Cardozo, no sábado (8), no Palácio da Alvorada. Na terça (11), o procurador participou de um jantar oferecido pela presidente à cúpula do Judiciário, quando a petista defendeu a harmonia entre os Poderes.
No encontro, a presidente manteve o discurso de que todos precisam ajudar o país a superar o momento difícil diante da crise institucional, impulsionada pelos problemas na economia e na relação com o Congresso.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também investigado na Lava Jato, acusa Janot de usar critérios políticos em suas apurações. O Ministério Público deve oferecer denúncia contra Cunha. Integrantes da força tarefa da Lava Jato têm afirmado que o presidente do Senado não deve ser denunciado por ora.
Cunha não quis comentar o encontro entre Renan e Janot, afirmando que cabe ao Senado o processo de recondução do procurador. O presidente da Câmara está rompido com o governo justamente sob o argumento de que há um acerto secreto entre a cúpula do Ministério Público e o governo para incriminá-lo na Lava Jato.
Antes crítico do governo, Renan deu uma guinada nas últimas semanas e tem negociado com o governo a chamada "Agenda Brasil", um pacote de projetos cujo o objetivo seria tirar o país do atoleiro econômico. Fragilizado politicamente, o Palácio do Planalto aderiu à proposta e tentar isolar Cunha.
A Folha não conseguiu falar com as assessorias de Renan e Janot na noite desta sexta-feira (14).
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