Oposição reage e diz que aumento de impostos não passará no Congresso
A oposição recebeu com críticas o anúncio de cortes e aumento de receita feito pelo governo Dilma Rousseff nesta segunda-feira (14). Os principais líderes do DEM disseram que qualquer medida de aumento da carga tributária vai ser atacada no Congresso.
O presidente nacional da sigla, senador Agripino Maia (RN), avaliou que o governo erra novamente ao mirar o corte de investimentos e apostar na criação de impostos ou aumento de tributos.
"Este governo não tem autoridade moral para propor a recriação da CPMF. Qualquer medida nesse sentido vai nos encontrar pela frente", disse Agripino.
O líder do DEM na Câmara, o deputado Mendonça Filho (PE), disse que o partido lançará uma frente no Congresso, a "Basta de Imposto". "Haverá forte mobilização para que não se pague mais um centavo de imposto no país", afirmou.
A cúpula da legenda está reunida nesta segunda, em São Paulo, para um seminário sobre Educação.
Um dos parlamentares do DEM com mais trânsito no PMDB, o deputado Rodrigo Maia foi taxativo ao responder sobre as novas medidas anunciadas pelo governo: "Não vai passar no Congresso", cravou.
Para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), os cortes e aumento de impostos são consequências da "irresponsabilidade com que esse mesmo governo agiu nos últimos dias". Para o tucano, apesar de ter anunciado cortes de gastos, o maior esforço apresentado pelo governo se dá justamente no aumento de impostos em um período de recessão. Ele classificou a recriação da CPMF como "inaceitável".
"A sociedade brasileira é, mais uma vez, requisitada a pagar a conta da incompetência e da inoperâncoa de um governo que nos levou a uma situação de gravíssima crise fiscal", disse por meio de nota.
O tucano afirmou ainda que o governo está exigindo da população um "cheque em braco" quando não cumpre o que promete. "O governo do PT quer da sociedade um cheque em branco. Pede um voto de confiança quando continuamente não cumpre o que promete",afirmou. Para ele, o Executivo não apresentou nenhuma proposta de mudança estrutural "que tanto prometeu para reduzir o crescimento das despesas obrigatórias".
Já para o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), afirmou que as medidas estão atrasadas e que precisam ser discutidas de forma mais ampla mas garantiu que as propostas serão analisadas pela oposição.
"Óbvio que a nossa obrigação como oposição é olhar isso de forma muito crítica mas nós não nos furtaremos a analisar as propostas. O Brasil tem uma situação tão difícil que não nos permite simplesmente fincar o pé e dizer que somos de pronto contra, porque nós fazemos oposição ao governo federal e não ao País. Então, o conjunto de medidas será analisado para que nós possamos estar conhecendo em detalhes cada uma delas", disse.
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