Justiça decide soltar 'prefeita ostentação' no Maranhão
Reprodução/Facebook | ||
A ex-prefeita de Bom Jardim (MA) Lidiane Leite, 25, que ficou conhecida como 'prefeita ostentação' |
A Justiça Federal revogou nesta sexta-feira (9) a prisão preventiva de Lidiane Leite, 25, a prefeita afastada de Bom Jardim (MA) que ficou conhecida como "prefeita ostentação".
Suspeita de desviar recursos da merenda escolar do município, Lidiane estava presa desde 28 de setembro, após passar 39 dias foragida.
De acordo com a decisão do juiz José Magno Moraes, a ex-prefeita deverá usar uma tornozeleira eletrônica e comparecer uma vez por mês à Justiça Federal para informar e justificar suas atividades.
Lidiane irá morar em Araçagi, em São José do Ribamar (MA), e não poderá deixar a região metropolitana de São Luís sem prévia autorização judicial. Ela também está proibida de comparecer à sede da Prefeitura de Bom Jardim e de secretarias municipais.
Na decisão, o juiz também rejeita o pedido do Ministério Público Federal para que Lidiane fosse transferida para a penitenciária feminina de Pedrinhas, conhecida pela violência entre presos e violações de direitos humanos.
A ex-prefeita estava presa em um alojamento do Copo de Bombeiros do Maranhão, num quarto com ar-condicionado, banheiro privativo e janela.
O procurador da República Galtienio da Cruz Paulino informou, por meio da assessoria, que irá recorrer da decisão.
A reportagem não conseguiu contato com o advogado de Lidiane até a publicação desta reportagem.
OSTENTAÇÃO
Lidiane ganhou o apelido de "prefeita ostentação" por postar "selfies" ostentando luxo nas redes sociais. Reportagem da Folha também mostrou que ela chegou a governar, de São Luís (cidade a cerca de 270 km de Bom Jardim), pelo WhatsApp, aplicativo de mensagens pelo celular.
A prefeita, que foi afastada do cargo pela Câmara Municipal no início deste mês, estava foragida desde a deflagração da Operação Éden, da Polícia Federal, em 20 de agosto.
Ela é suspeita de desviar recursos que podem chegar a R$ 15 milhões da área da educação da cidade, onde há escolas funcionando debaixo de árvores. Deve responder pelos crimes de peculato, fraude à licitação e associação criminosa.
O inquérito da Polícia Federal que apurou o desvio de recursos públicos em Bom Jardim foi encaminhado à Justiça Federal no dia 29 de setembro.
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