Ex-editor da "New Republic" relata confronto entre internet e jornalismo
Ex-editor da "New Republic", Franklin Foer detalhou no Festival Piauí Globonews de Jornalismo como foi o confronto entre as culturas da internet e do jornalismo tradicional que levou à sua saída e de dois terços da Redação da revista americana, no final de 2014, quando o título completou 100 anos.
A compra da revista por Chris Hughes, fundador do Facebook, e a posterior contratação como presidente-executivo de Guy Vidra, ex-Yahoo, levaram a mudanças na "New Republic", que passou a priorizar a internet e contratou um profissional para o lugar de Foer, sem avisá-lo.
Bruno Santos/Folhapress | ||
Franklin Foer, ex-editor da "New Republic", no Festival Piauí Globonews de Jornalismo |
Foer agiu antes e anunciou sua saída à Redação e a outros veículos de mídia. "Chris e Guy não estavam preparados para a tempestade que viria", descreve Foer, dizendo-se também surpreso com os pedidos de demissão dos colegas —e a transformação do episódio numa "peça alegórica de moralidade", com um herói, ele próprio.
Diz que o caso se revelou "uma causa maior" do que uma pessoa e opinou: "Não acredito que os dois mundos [internet e jornalismo] sejam inconciliáveis. Mas são dois conjuntos de valores diferentes. O Vale do Silício acredita que os dados, a métrica é o que há de mais valioso. Eu acredito que os dados são uma caixa de Pandora".
Foer, no momento, prepara um livro sobre os gigantes da internet, como Google, Facebook, Apple e Amazon. Ele foi entrevistada por Bernardo Esteves, repórter da revista "piauí", e por Ricardo Gandour, diretor de conteúdo do Grupo Estado.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade