Líder na disputa pela Prefeitura de SP, Russomanno quer se descolar de igreja
Alex Ferreira - 22.out.15/Câmara dos Deputados | ||
O deputado e apresentador de TV Celso Russomanno (PRB) |
Líder na pesquisa Datafolha para a Prefeitura de São Paulo com 34%, o deputado federal Celso Russomanno (PRB) montou uma equipe de técnicos para se blindar de ataques e desvincular sua imagem à da Igreja Universal do Reino de Deus.
"Sou católico. A Igreja [Universal] nem tem técnicos. Não existe essa questão de segmento religioso impor um programa de governo. Quem vai governar sou eu", disse.
Ao tentar se dissociar da denominação evangélica, Russomanno procura evitar os erros de sua campanha de 2012, quando começou como líder, mas sequer chegou ao segundo turno. Russomanno compara a eleição passada ao efeito de uma vacina.
"Nas ruas as pessoas me abordam como aquele que já foi vacinado. Quem é vacinado não tem mais a doença. Estou vacinado", afirma ele, contando que hoje os eleitores de seus rivais se dizem arrependidos do voto passado.
À sua equipe de conselheiros técnicos, Russomanno encomendou a apresentação de um esboço de programa de governo já para o início de 2016. É mais uma falha que ele pretende superar: "Da vez passada, demorou [para sair] o plano e fui muito questionado. Agora, montei uma equipe de profissionais, com técnicos e cientistas. Nada de cunho religioso", ressalta.
A desenvoltura com que aborda assuntos que ele mesmo chama de "nevrálgicos" faz parte de sua nova estratégia de comunicação: a de se antecipar aos ataques.
Tecnicamente empatados em segundo lugar na pesquisa, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e a senadora ex-petista Marta Suplicy (PMDB) disputarão o eleitorado hoje devotado a Russomanno, o de menor renda e nível de escolaridade.
Presidente do PT municipal, o vereador Paulo Fiorillo afirma que Haddad deverá investir no eleitorado tradicional da legenda. O PT, diz, é o partido com maior potencial de transferência de voto.
EXALTAÇÕES
Para Fiorillo, o prefeito candidato à reeleição precisa exaltar sua administração. "Na campanha, vamos mostrar que o Haddad é o 13. A Marta é 15. Não é mais 13", disse ele, preocupado com a associação da ex-prefeita com o PT na periferia.
Presidente estadual do PMDB, o deputado federal Baleia Rossi (SP) diz que Marta, hoje com 13%, apostará na sua imagem e na apresentação de obras de sua administração à frente da Prefeitura (2001-2004). Segundo ele, a confusão de sua imagem com a do PT não é positiva.
"Teremos que mostrar Marta pelo o que ela fez na Prefeitura", disse. "A associação com o PT não é boa. Ela paga o ônus do PT, mas não tem o bônus, que é a máquina da Prefeitura."
Em nota divulgada nesta terça (3), Marta listou suas obras como prefeita e afirmou que elas estão "enraizadas": "Estão na memória da população e mais do que isso produziram efeitos que perduram. Foi o novo, e o que se quer agora é mais do que já funcionava e o além disso".
O deputado estadual Pedro Tobias, presidente do PSDB no Estado, diz que o resultado da pesquisa demonstra que o partido precisa acelerar a escolha de seu nome para a disputa. O Datafolha fez simulações com o empresário João Doria Jr. e com o vereador Andrea Matarazzo. Nenhum passou de 4%.
"Não podemos anunciar o candidato só em março, temos que fazer já", disse Tobias. "Quando o PSDB tiver candidato, vai liderar."
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade