Sem apoio do PT, Eduardo Cunha volta a sondar oposição
Sem o apoio dos três deputados do PT que compõem o Conselho de Ética, aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltaram a procurar integrantes da oposição para tentar barrar o andamento do processo que pode levar à cassação do mandato do peemedebista.
Pressionados pela direção do partido e pela maioria da bancada na Casa, os parlamentares do PT decidiram nesta quarta-feira (2) que votarão pela continuidade da ação contra Cunha no conselho.
A definição pegou Cunha de surpresa e deixou os aliados do peemedebista irritados. Parte deles já defendia na noite desta terça (1) que era melhor abandonar as articulações com petistas e focar na tentativa de viabilizar uma composição os adversários da presidente Dilma Rousseff, acenando com a abertura do processo de impeachment.
Nesta quarta, com a decisão do PT, interlocutores de Cunha colocaram nova carga nas conversas com partidos como o PSDB e o DEM. Dirigentes dessas duas legendas ouvidos pela Folha, porém, afirmam que é "praticamente inviável" qualquer guinada a favor de Cunha e que os sinais emitidos por ele não estão encontrando guarida.
Integrantes da cúpula nacional do DEM, por exemplo, têm dito que ninguém está disposto a "entregar a própria biografia" para salvar Cunha. No PSDB o discurso é que os dois integrantes da sigla estão "fechados" no voto contra o peemedebista.
SEM O PT
Os votos dos três integrantes do PT no Conselho de Ética (que reúne um colegiado de 21 deputados federais) são considerados cruciais para definir se o processo contra Cunha segue ou será arquivado.
A mudança de posição dos petistas, que até então estavam inclinados a fechar com Cunha, tem potencial explosivo no Congresso.
Fazem parte do Conselho de Ética os deputados Zé Geraldo (PT-PA), Valmir Prascidelli (PT-SP) e Leo de Brito (PT-AC).
Os três integrantes do PT no Conselho estavam na reunião e afirmaram que irão votar contra Cunha, ou seja, para que seu processo tenha continuidade. Alguns deputados se abstiveram na reunião, que foi realizada a portas fechadas.
A votação no Conselho de Ética deve acontecer na próxima terça (8). Nesta quarta, o presidente da da Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, José Carlos Araújo (PSD-BA), decidiu encerrar a sessão parlamentar menos de meia hora depois de sua abertura.
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