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Marcelo Odebrecht formaliza afastamento da presidência da Odebrecht S.A.
Giuliano Gomes/Folhapress | ||
Marcelo Odebrecht, durante depoimento na CPI da Petrobras |
Passados quase seis meses de prisão e tendo em vista o andamento de seu processo judicial, Marcelo Odebrecht decidiu nesta quarta (9) formalizar seu afastamento da presidência da Odebrecht S.A., bem como do cargo de presidente dos Conselhos de Administração da Braskem, Odebrecht Óleo e Gás, Odebrecht Realizações Imobiliárias e Odebrecht Ambiental.
O Conselho de Administração da Odebrecht S.A. formalizou a nomeação de Newton de Souza, que segue como diretor-presidente da Odebrecht S.A. e presidente dos Conselhos de Administração das empresas mencionadas. A Odebrecht acredita que a injusta e desnecessária prisão preventiva de Marcelo será revogada, o que possibilitará que ele se dedique integralmente à sua família e à sua defesa nas ações penais a que responde. A Odebrecht confia que, ao final dos processos judiciais em curso, a inocência de Marcelo Odebrecht será formalmente reconhecida.
No fim de outubro, em sua primeira tentativa de defender-se em público desde que foi preso, Odebrecht atacou os procuradores da Operação Lava Jato, afirmou ser vítima de prejulgamento e recusou-se a responder perguntas do juiz Sergio Moro e da acusação, durante depoimento prestado à Justiça.
"As especulações talvez não tivessem prevalecido se os investigadores tivessem se dado ao trabalho de me ouvir", declarou Odebrecht à época. "Temo que este processo sirva para justificar a prisão preventiva injusta e desnecessária."
Em agosto, integrantes da cúpula da Odebrecht chegaram a discutir a possibilidade de o executivo aderir a um acordo de delação premiada -ideia depois descartada. Pouco depois, em setembro, o próprio Marcelo Odebrecht descartou a hipótese. "Não tenho o que dedurar", afirmou em sessão da CPI da Petrobras.
A defesa de Odebrecht fez diversos pedido à Justiça para que o executivo fosse solto, mas todos acabaram rejeitados. Relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Teori Zavascki negou um pedido no fim de outubro e acrescentou que não havia "ilegalidade flagrante", como argumentaram os advogados de defesa, na prisão do executivo.
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