Carros de som de movimentos contra Dilma obstruem ciclovias na Paulista
Carros de som de movimentos contrários ao governo de Dilma Rousseff, como Revoltados Online e MBL (Movimento Brasil Livre), obstruem o fluxo nas ciclovias da av. Paulista na manifestação a favor do impeachment da presidente neste domingo (13), o que gerou descontentamento dos ciclistas.
"Está atrapalhando. Vai ser ruim porque todo mundo vai ter que desviar. Existem outros espaços e dias para se manifestar", diz o advogado Fernando Vidigal, 27, que conta utilizar a via para lazer todos os domingos.
Fernanda Mena/Folhapress | ||
Caminhão do MBL obstrui ciclofaixa em ato pelo impeachment de Dilma na av. Paulista no domingo (13) |
Para o publicitário Danilo Ancete, 38, o clima se intensificou. "Todo domingo tem muita gente se manifestando na Paulista, mas todo mundo tem respeitado um ao outro. Não parece ser o caso hoje."
Para a analista de controles internos Giovana Morais, 30, "está uma porcaria". "Atrapalharam totalmente quem veio para o lazer. Na semana passada teve uma manifestação do movimento negro e fizeram isso respeitando os outros", avalia.
Um grupo de ciclistas chegou a reivindicar a saída do veículo do MBL, gritando "A ciclofaixa é nossa", mas o caminhão permaneceu. Não houve confronto.
Turollo Júnior/Folhapress | ||
Veículos do grupo Revoltados Online estaciona sobre ciclovia na av. Paulista neste domingo (13) |
Questionado, Renan Santos, coordenador nacional do MBL, irritou-se com a pergunta da reportagem sobre o fato dos cavaletes e veículos da organização estarem bloqueando a pista destinada aos ciclistas. Ele afirmou que a questão havia sido combinada com a Polícia Militar, e chamou a Folha de partidária, afirmando que o jornal trabalhava para a prefeitura –as ciclovias são símbolo da gestão do prefeito Fernando Haddad (PT).
Questionado, o tenente Igor Ronaldo Vieira não confirmou que aquele tenha sido o acordo feito entre movimentos e a PM, assim como a sala de imprensa da Polícia Militar.
CET
Márcia Caraiva, responsável da subprefeitura da Sé por coordenar o fechamento da avenida Paulista para carros, disse que, em reunião com a PM e a prefeitura, os movimentos solicitaram que os carros de som ocupassem as faixas da ciclovia. Ouviram que só a CET poderia dar a autorização, entraram em contato com a companhia e tiveram o pedido negado.
Valtair Valadão, diretor da CET, disse que a companhia não autorizou que os carros de som parassem em cima das ciclovias e afirmou que os movimentos serão autuados pela infração. Segundo ele, o valor da multa será definido de acordo com o que diz o Código Brasileiro de Trânsito.
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