João Santana pede acesso a inquérito que cita seu nome na Lava Jato
Marcelo Justo - 18.ago.10/Folhapress | ||
O marqueteiro João Santana, que trabalhou nas últimas três eleições presidenciais para o PT |
O marqueteiro João Santana encaminhou nesta sexta-feira (12) uma petição ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba, com o pedido de acesso ao inquérito que cita seu nome nas investigações.
O movimento foi feito no mesmo dia em que a Folha revelou que a força-tarefa da Lava Jato investiga pagamentos atribuídos a subsidiárias da Odebrecht em contas, no exterior, controladas pelo publicitário que comandou campanhas do PT e da presidente Dilma Rousseff. A apuração envolve as finanças de Santana em diversos países, entre eles a Suíça.
No documento ao qual a Folha teve acesso, Santana afirma que não está se referindo a um caso "anônimo, mantido em sigilo absoluto pelas autoridades".
"Muito pelo contrário, já que hoje, mais uma vez, foi veiculada na imprensa a existência da suposta investigação em desfavor dos peticionários, agora na capa da Folha de S.Paulo."
Os advogados Fábio Tofic e Débora Perez, que assinam a petição, alegam que estão "sendo tolhidos de sua prerrogativa profissional" de ter acesso ao conteúdo do inquérito e que a autoridade policial "que nega aos advogados acesso à investigação em curso será responsabilizada criminalmente por abuso de autoridade."
Esta é a terceira petição elaborada pela defesa de Santana. Em 21 de janeiro, os advogados já haviam pedido a Moro acesso aos autos e, no dia 4 de fevereiro, fizeram a mesma reivindicação à Polícia Federal. Em nenhum dos casos obtiveram resposta.
VIDA FINANCEIRA
Em resposta à reportagem da Folha, a assessoria de imprensa de Santana divulgou nota, também nesta sexta, em que Tofic diz que seu cliente "prefere aguardar para apresentar os detalhes de sua vida financeira às autoridades competentes".
O texto diz ainda que "o vazamento de informações privadas e sigilosas" sobre as investigações "configura crime" e que Santana "nunca escondeu que possui empresa no exterior".
"Enquanto isso, aguarda pacientemente que, depois de vasculhar atentamente seus escaninhos, a Polícia Federal responda a consulta feita há dias pelos advogados sobre se há ou não inquérito policial instaurado para investigá-lo", finaliza a nota.
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