Pepper diz que serviços à campanha de Dilma em 2010 foram prestados
Daniel Marenco - 26.out.2010/Folhapress | ||
Dilma em carreata da campanha à Presidência em 2010 |
A estratégia de defesa da agência de comunicação Pepper é destacar, segundo a Folha apurou, que todos os serviços pagos pela Andrade Gutierrez em nome da campanha de Dilma Rousseff em 2010 foram realizados.
A empresa de comunicação diz não ter conhecimento dos termos do acordo de delação de executivos da construtora que cita pagamentos a ela e afirma que só vai se manifestar no momento e no foro apropriados.
Em conversa com interlocutores da agência, porém, a reportagem apurou que a Pepper alega não ter feito nenhuma operação de lavagem de dinheiro. Diz que contabilizou todos os pagamentos recebidos, pagou os devidos impostos e prestou serviços.
Em acordo de delação premiada firmado pela Andrade Gutierrez com a Procuradoria-Geral da República, a empreiteira informou que pagou, a pedido da campanha de Dilma em 2010, R$ 6,1 milhões à Pepper por serviços prestados em redes sociais.
O ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, que decidiu fazer um acordo de delação, contará, segundo a Folha apurou, que também pagou dívidas da campanha de Dilma Rousseff de 2010, para a agência Pepper. Foram pagos pela OAS R$ 717 mil para a agência que cuidava da imagem de Dilma nas redes sociais, como o Facebook.
O repasse feito de forma ilegal consta do acordo de delação do ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Azevedo e foi realizado, segundo informações prestadas pela construtora ao Ministério Público, a pedido do ex-ministro Antonio Palocci, um dos coordenadores da campanha.
Palocci, que depois chegou a ser ministro da Casa Civil de Dilma, nega a informação.
A operação feita pela Andrade a pedido da campanha de Dilma, de acordo com a Polícia Federal, é recorrente em eleições e é uma forma de as empresas fazerem doações ocultas a candidatos.
Ao todo, a Pepper recebeu, durante a campanha de Dilma em 2010, R$ 6,4 milhões pagos oficialmente pela equipe da petista e outros R$ 6,1 milhões da construtora Andrade Gutierrez, no caixa 2 segundo o acordo de delação.
A Pepper, segundo apurou a reportagem, usou um contrato firmado com a construtora em janeiro de 2010 para receber o pagamento pelos serviços prestados para a primeira campanha de Dilma.
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