Oposição e MBL prometem acionar Justiça se Lula assumir ministério
Ernesto Rodrigues - 13.out.15/Folhapress | ||
A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula |
A oposição da Câmara promete reagir juridicamente tão logo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assuma um ministério no governo Dilma Rousseff, o que vem sendo negociado amplamente nas últimas horas. Líderes argumentam que há desvio de finalidade e fraude.
"Isso é um escárnio, um tapa na cara da população. O povo foi às ruas e se manifestou, já disse que não quer Lula e não quer o governo do PT", afirmou o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM). DEM, PPS, PSDB e SD vão protocolar, de forma conjunta, ação popular em 27 estados contra a possível nomeação de Lula.
Para o líder do PPS, Rubens Bueno, dar um posto estratégico no governo a Lula objetiva "atrapalhar o andamento da investigação" contra o petista no caso da Lava Jato. "É uma clara tentativa de obstrução da Justiça, além da nomeação caracterizar desvio de finalidade, já que seu único objetivo é garantir ao petista foro privilegiado".
O coordenador jurídico do MBL (Movimento Brasil Livre), Rubens Nunes, entrará também com um pedido de liminar caso Lula seja nomeado.
Hoje Lula é investigado pela 13ª Vara Federal, em Curitiba, sob o comando do juiz Sergio Moro. Ao tomar posse como ministro, o caso sobe para o STF (Supremo Tribunal Federal), uma vez que Lula ganha foro privilegiado.
Bueno avalia ainda a nomeação do histórico quadro do PT como ministro como uma confissão de culpa. "Vai transparecer que, ao contrário do que ele galhofa em seus discursos e depoimentos, não tem como se explicar e está com medo de ser preso por determinação do juiz Sergio Moro".
Lula passou a considerar a hipótese de aceitar o convite de Dilma para ocupar uma cadeira na Esplanada depois que a juíza Maria Priscila Ernandes, da 4ª Vara Criminal de São Paulo, decidiu transferir para Moro, nesta segunda-feira (14), a decisão sobre o pedido de prisão preventiva contra ele. O pedido foi apresentado semana passada pelo Ministério Público paulista no caso do tríplex do Guarujá.
BATE PAPO
Parlamentares da oposição vão participar nesta terça-feira (15) de um hangout (bate-papo em formato de videoconferência pela internet) com lideranças de movimentos de rua favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Em Brasília, a transmissão será feita da sede da liderança do PSDB. Participarão líderes de três partidos –Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Rubens Bueno (PPS-PR) e Pauderney Avelino (DEM-AM)– além de Carlos Sampaio (PSDB-SP), Darcisio Perondi (PMDB-RS), Bruno Araújo (PSDB-PE) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Kim Kataguiri e Fernando Holiday, líderes do MBL (Movimento Brasil Livre), e Rogério Chequer, líder do Vem Pra Rua participarão de São Paulo.
No bate-papo, que será aberto ao público, serão abordados temas como a possibilidade do ex-presidente Lula assumir um ministério, as manifestações de domingo, o processo de impeachment e o papel do STF (Supremo Tribunal Federal) –que deve decidir o rito do impeachment nesta quarta.
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