Alckmin 'proclama' Doria candidato do PSDB à Prefeitura e alfineta Matarazzo
Joel Silva/Folhapress | ||
João Doria, pré-candidato pelo PSDB à Prefeitura de São Paulo, acompanha o governador Geraldo Alckmin nas prévias do partido |
O governador Geraldo Alckmin "proclamou" na manhã desta domingo (20) o empresário João Doria como candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo.
O governador disse respeitar a decisão de Andrea Matarazzo, que na sexta-feira (18) anunciou sua saída do PSDB e desistência das prévias, mas alfinetou o vereador ao afirmar que "na vida pública devemos ser sempre um Zé Ninguém a serviço de uma grande causa".
"O governador [Franco] Montoro lembrava sempre do que dizia padre Lebret: "Na vida pública devemos ser sempre um Zé Ninguém a serviço de uma grande causa". Somos instrumentos da população", disse numa referência indireta à possibilidade de Matarazzo se filiar a outro partido para disputar a prefeitura paulistana.
O vereador tem sido sondado por PP, PV, PPS e PSD, do ministro Gilberto Kassab, de quem foi secretário municipal.
Acompanhado do empresário e de um séquito de tucanos, entre os quais o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, os deputados federais Bruno Covas e Silvio Torres, e o governador de Goiás, Marconi Perillo –que está em São Paulo para assinar um acordo com o governo paulista–, Alckmin votou no segundo turno das prévias do partido, que tem seu afilhado político como candidato único.
Doria precisa ter 20% dos votos válidos para ter sua pré-candidatura referendada. De acordo com a legislação eleitoral, a convenção do partido, no meio do ano, deve homologar seu nome para que ele se torne oficialmente candidato.
Afirmando que Doria que é "um ótimo candidato", Alckmin afirmou que agora é preciso trabalhar para ampliar a aliança em torno do empresário.
"João Doria será nosso candidato a prefeito de São Paulo. Estamos extremamente otimistas. Acho que ele pode fazer um grande trabalho com inovação, agregando novos modelos de gestão, recuperando a nossa cidade, servindo à população, melhorando a qualidade dos serviços públicos."
DIVISÃO
Alckmin disse que não falaria sobre as acusações de uso da máquina do Estado para favorecer a candidatura de João Doria.
Questionado sobre como desfazer o racha no partido depois da disputa interna, Alckmin voltou a defender as prévias e disse que "divergências são naturais".
"Divergências são naturais. Em todo partido grande é natural que haja divergência, mas é natural também que haja unidade. Não há dúvida de que vamos trabalhar [pela unidade]", disse o governador.
João Doria afirmou que vai procurar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador Alberto Goldman e os senadores José Serra e Aloysio Nunes Ferreira, aliados do vereador Andrea Matarazzo, para aglutinar o partido em torno de sua candidatura à prefeito.
"Agora temos um único campo, o campo do PSDB disputando a Prefeitura de São Paulo", disse.
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