Ministros são exonerados para votarem contra impeachment
Alan Marques/Folhapress | ||
A presidente Dilma Rousseff dá entrevista em seu gabinete no Palácio do Planalto |
A presidente Dilma Rousseff exonerou quatro ministros do PMDB e do PT para que reassumam seus cargos na Câmara dos Deputados e possam votar contra o impeachment da petista no domingo (17). A decisão está na edição desta quinta-feira (14) do "Diário Oficial da União".
Foram exonerados Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), Marcelo Castro (Saúde) e Mauro Lopes (Aviação Civil), todos do PMDB, e Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário), do PT.
Dois dos três ministros do PMDB que reassumiram o mandato de deputado federal chegaram à Câmara na manhã desta quinta para participar da reunião da bancada do partido.
Castro e Pansera afirmaram que vão defender, na reunião, o respeito interno à divergência, já que a maioria da bancada tende a apoiar a destituição de Dilma. Lopes também reassumiu o mandato, mas não havia chegado à Câmara até as 10h30 desta quinta.
"Seria uma covardia, numa altura dessas, não votar contra o impeachment. Sou ministro da Dilma e acredito no governo. Se não acreditasse não estaria no ministério", afirmou Castro.
Pansera afirmou que se encontrou no dia 28 de março com o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), e que deixou claro a ele que o seu voto já estava consolidado.
Nenhum dos dois quis comentar as declarações de Dilma, segundo quem Temer é o chefe da conspiração para retirá-la do cargo. "Vou falar como um vereador da minha terra (Piauí): vou dar o calado como resposta", se limitou a dizer Castro.
Pelo menos 16 dos 30 deputados federais suplentes em exercício darão lugar aos titulares apenas para a votação da abertura do processo de impeachment.
GILBERTO OCCHI
A edição do "Diário Oficial" também traz a exoneração do ministro Gilberto Occhi (Integração Nacional), do PP, que entregou sua carta de demissão nesta quarta (13) ao ministro-chefe de gabinete da Presidência da República, Jaques Wagner.
Segundo relatos, Occhi disse que a decisão do PP de abrir mão dos cargos no governo federal "não é definitiva" e que as conversas do partido com o governo federal ainda estão abertas.
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