Apesar de atraso, Cunha confirma votação para as 14h de domingo
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, afirmou na manhã deste sábado (16) que, apesar dos atrasos no tempo de discurso dos partidos, o horário da votação no domingo (17) está mantido, com início da sessão às 14h.
Para isso, pode apresentar requerimento para que apenas seis dos 249 parlamentares inscritos para discursar o façam na noite deste sábado.
Às 10h15, ainda restavam sete dos 25 partidos para falar —cada um terá o tempo de uma hora. Esta etapa teve início às 11h de sexta-feira e seguiu durante toda a madrugada.
Cunha disse estimar que a fala dos partidos terminará por volta das 22h de sábado. O cálculo inicial era de que essa fase acabasse ainda na manhã de sábado para, na sequência, começarem os discursos individuais dos 249 deputados inscritos.
O peemedebista, no entanto, diz que pode apresentar, logo após a fala de três deputados de cada lado –a favor e contra o impeachment– um requerimento para que a discussão não entre de novo pela madrugada.
"O encerramento seria depois que começasse a discussão individual, [depois de] ter três oradores de cada lado", disse. Questionado se teria acordo para o requerimento, Cunha afirmou que colocará o texto em votação "se for preciso".
"Até porque a gente vai chamar de madrugada e vai ter gente que não vai estar aí", afirmou.
Se não foi aprovado o requerimento para encerrar os discursos individuais –que têm duração de três minutos cada–, essa fase pode demorar mais de 12 horas.
Os três primeiros inscritos para falar a favor do impeachment são Vanderlei Macris (PSDB-SP), Cabo Sabino (PR-CE) e Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE). Do outro lado, estão Jorge Solla (PT-BA), Maria do Rosário (PT-RS) e Alice Portugal (PCdoB-BA).
Há 170 deputados inscritos na lista favorável ao afastamento da presidente Dilma Rousseff e 79 na lista contrária ao impedimento. Os deputados que ainda não declararam oficialmente seus votos evitaram se inscrever para falar. Dos 47 nomes indefinidos no levantamento feito pela Folha até o início da tarde de sexta (15), apenas três colocaram seus nomes nas listas.
No discurso dos deputados governistas, um atraso na votação seria ruim para quem defende o impeachment já que, segundo eles, haveria mais tempo para deserções de parlamentares que já estavam a favor do afastamento.
"[Na sexta] alguns parlamentares que estavam a favor do impeachment se posicionaram contrariamente, como o vice-presidente da Câmara, o deputado Waldir Maranhão (PP-MA). Houve também crescimento daqueles que vão se abster e que estavam até então apoiando o processo de impeachment", disse o deputado Wadih Damous (PT-RJ). "Eu atribuo isso não só à atividade dos governadores, do presidente Lula ou à nossa, dialogando com os deputados. Mas já se verifica na sociedade uma conscientização de que esse impeachment seria uma aventura, um salto no escuro."
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