Em reduto hippie na Paulista, evangélicos oram por corruptos
Os grupos pró-impeachment se reuniram na avenida Paulista neste domingo (17), ocupando a via toda, mas se concentrando principalmente entre o prédio da Fiesp e o Masp. Famílias inteiras vestidas de verde e amarelo, com bandeiras do Brasil e cornetas circulam entre ambulantes e até um sósia de Elvis se apresentou na ciclovia.
Um grupo de religiosos da Igreja Evangélica Corpus Christie fez uma espécie de culto na esquina com a rua Augusta, onde tradicionalmente, hippies e artesãos se reúnem na calçada aos domingos para vender seus trabalhos.
De óculos escuro e boné para trás, o pastor Jeter de Almeida fez uma rápida pregação pedindo "perdão àqueles que tem mentido, roubado e difamado". De acordo com uma participante, Mirna Santos, 27, só Deus pode mudar o rumo da política brasileira.
CALOR, LOTAÇÃO E FURACÃO
Cinco carros de som, além dos alto-falantes montados em frente à Fiesp, comandam a manifestação a favor do impeachment. Em frente ao Masp, o carro do MBL (Movimento Brasil Livre) mantém um grande telão que transmite ao vivo a votação. Está prevista a presença dos humoristas Danilo Gentili e Leo Lins, além do grupo de dança Trio Carreta Furacão.
"A intenção é fazer manifestação política e cultural. Os petistas chamam o Chico Buarque, nós vamos ter o Carreta Furação", explicou um do coordenadores do MBL, Renato Batista.
O músico Lobão tocou o hino nacional de guitarra no carro de som do MBL. Foi ovacionado pelo público em frente ao Masp.
Paulo Saldaña/Folhapress | ||
O músico Lobão toca hino nacional em carro de som do MBL, em São Paulo |
Desde as 15h, a banda de rock Ted Marengos, toca fita do gênero e canções próprias. Não agradou tudo mundo. "Manda parar esse rock ridículo, a gente quer cantar o hino nacional ", disse a aposentada Maria de Castro, de 62 anos.
A reportagem encontrou também um pequeno grupo de integrantes do Carecas do Subúrbio, que não quis dar entrevista.
Com muito sol e avenida lotada, várias pessoas passam mal e são atendidas pelos bombeiros. No palco da Fiesp, eles foram chamados duas vezes em um período de 20 minutos. Primeiro, para atender um idoso e, depois, uma pessoa tendo convulsões.
O bancário Marcos Martins, de 52 anos, trouxe para Avenida Paulista 16 panelas e caixa de som para o protesto. "Trouxe desde a primeira, nosso motivo é fora o PT" diz ele, enquanto um grupo de manifestantes bate panelas em roda. "Depois do impeachment vamos apoiar o Temer. Mas se precisar, vamos para a rua." Martins é servidor de um banco público, mas não quis dizer qual.
Angela Boldrini/Folhapress | ||
Imitador de Roberto Carlos faz apresentação na ciclovia da avenida Paulista |
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade