Disputa por prefeitura faz PSB romper com PSDB e DEM em Pernambuco
Divulgação | ||
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) |
Uma das alianças estaduais mais emblemáticas formada para as eleições de 2014 chegou ao fim nesta quinta-feira (12).
O PSB de Pernambuco rompeu com PSDB e DEM e pôs fim a uma parceria havia articulada pelo então candidato a presidente Eduardo Campos (PSB), morto num acidente aéreo em agosto de 2014.
O motivo do rompimento é o lançamento das pré-candidaturas do deputado federal Daniel Coelho (PSDB) e da deputada estadual Pricila Krause (DEM) para a disputa da Prefeitura do Recife neste ano.
Ambos devem enfrentar o atual prefeito Geraldo Júlio (PSB), que disputará a reeleição.
Em nota, o governador Paulo Câmara (PSB) justificou o rompimento alegando que tucanos e democratas decidiram seguir "projetos políticos e de governo divergentes" da Frente Popular, aliança formada em torno do PSB.
"Diante desse novo cenário político e entendendo que a gestão do Recife tem sido inovadora, inclusiva e participativa, decidi que a composição do governo deve refletir o compromisso da Frente Popular com a continuidade desse projeto", afirmou o governador.
Para o deputado federal Daniel Coelho (PSDB), pré-candidato a prefeito do Recife, a insistência do governador em misturar as conjunturas estadual e municipal tornou a aliança inviável.
"Aliança não significa subserviência. O governador esperava uma posição de subserviência nossa e não aceitamos", afirmou Coelho.
Em nota, a direção do DEM informa que deixa o governo de Pernambuco "a pedido do governador" e que a saída "obedece a posicionamento político do PSB diante do processo eleitoral deste ano".
Com o rompimento, o PSDB deixou a secretaria do Trabalho, a Junta Comercial e a direção do Porto do Recife. Já o DEM abriu mão do comando do Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe).
CENÁRIO NACIONAL
O rompimento da aliança em Pernambuco pode significar um revés nas busca de uma aproximação do PSDB com PSB visando as eleições de 2018.
Este movimento tem sido articulado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), e pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), ambos possíveis candidatos a Presidência.
A parceria entre os partidos em Pernambuco foi um dos fatores determinantes para o apoio do PSB à candidatura de Aécio Neves no segundo turno das eleições de 2014.
No campo estadual, o fim da parceria consolida um terceiro polo de poder formado por PSDB e DEM, que deve disputar espaços com a aliança capitaneada pelo PSB e com o bloco formado por PT e PTB.
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