Investigado, Pimentel indica superintendente da PF para secretaria
Alan Marques - 2.mar.2016/Folhapress | ||
O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) |
O superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais, Sérgio Menezes, foi convidado pelo governador Fernando Pimentel (PT) para chefiar a Secretaria de Defesa Social do Estado, responsável pela segurança pública. Pimentel é investigado pela PF e Menezes é um dos responsáveis pela operação.
A cessão do superintendente para ocupar o posto foi publicada no "Diário Oficial" e ele deve tomar posse nos próximos dias.
Em nota, o governo de Minas Gerais afirma que "repudia com veemência as tentativas de desqualificar a inequívoca competência de Sérgio Barboza Menezes" e diz que a indicação foi feita por conta de sua experiência na área de segurança pública.
"Trata-se de uma indicação de caráter técnico", diz o comunicado.
No último dia 28, o governador já havia nomeado a sua mulher, Carolina de Oliveira Pimentel, para a Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento, mas o ato foi suspenso por decisão da Justiça. Ela também é investigada e o posto garante foro privilegiado.
"É fato público e notório que a requerida figura como investigada em operação da Polícia Federal, autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça. Neste passo, a alegação de que o ato de nomeação visa conferir prerrogativa de foro se mostra mais do que plausível; em verdade, mostra-se bem crível", disse, nos autos, o juiz que determinou a suspensão.
Para o governo de Minas, essa é uma "tentativa torpe" de questionamentos "para que o governador faça a nomeação dos gestores".
Por conta da atuação da Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República ofereceu denúncia contra Pimentel sob suspeita dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade de documento particular. A defesa do governador sempre negou as acusações.
Em 2014, a nomeação de outro secretário do governo Pimentel também causou repercussão: José Afonso Bicalho (Fazenda) é réu no episódio do mensalão tucano e, ao ser nomeado, seu processo passou da primeira instância para o Tribunal de Justiça. Ele era presidente do Bemge (antigo banco estatal) à época do episódio e nega ter cometido irregularidades.
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