MTST acusa policial de roubar manifestante durante protesto
O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) acusa um policial militar de ter roubado uma câmera de vídeo de um militante detido durante o protesto da última quarta-feira (1º).
O caso aconteceu na avenida Paulista, em frente ao escritório da Presidência da República, quando os sem-teto protestavam pela volta do programa Minha Casa, Minha Vida Entidades, suspenso pelo governo Michel Temer e retomado por causa dos protestos. Um vídeo publicado na página do MTST no Facebook mostra um policial guardando sob o colete balístico um objeto que parece ter caído de um manifestante imobilizado por policiais durante os protestos.
O manifestante era o motoboy Cristovão Rodrigues, que pertence à ocupação Paulo Freire, em Embu das Artes. Rodrigues diz que o objeto que aparece na imagem era sua câmera de vídeo modelo SJ 4000, que sumiu depois da abordagem da PM. "Eu vi a imagem e sem sombra de dúvidas é minha câmera", diz.
"Foi a única coisa que sumiu depois que os policiais me jogaram no chão." O sem-teto diz que filmava as manifestações quando foi atingido por um spray de pimenta de um policial. Ele reagiu com um tapa na direção do policial, foi imobilizado e detido. "Na delegacia me disseram que a PM não tinha entregue minha câmera", diz. Rodrigues não fez boletim de ocorrência comunicando o roubo.
Guilherme Boulos, dirigente do MTST, diz que no começo da próxima semana os sem-teto irão até a ouvidoria da Polícia para pedir providências contra os policiais que participaram de atos de violência contra manifestantes nos últimos dias.
OUTRO LADO
A PM diz que a imagem divulgada pelo MTST "é inconclusiva e não permite deduzir que tenha havido nenhum tipo de irregularidade". A assessoria também diz estranhar o fato de "nenhuma pessoa ter comparecido a uma unidade policial para registrar ocorrência ou reclamado a órgão competente".
Chama de leviandade quaisquer ilações de que policiais tenham praticado ilicitude e acrescenta que o "Comando de Policiamento da Área Centro aguarda a remessa de eventuais informações por parte da Polícia Civil para análise".
Já a Secretaria da Segurança, por meio de nota, diz que Corregedoria da Polícia Militar vai "abrir um inquérito administrativo para analisar o vídeo divulgado nas redes sociais e, caso seja constatada alguma irregularidade, adotar as medidas cabíveis".
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