Em desabafo, Temer nega intimidade com Machado para pedido de recursos
No mesmo dia da divulgação da delação premiada de Sérgio Machado, o presidente interino, Michel Temer, fez um desabafo na quarta-feira (15) à noite a um grupo de senadores da base aliada convidados para um jantar no Palácio do Jaburu.
Irritado com a citação ao seu nome pelo ex-presidente da Transpetro, o peemedebista disse que não deixaria o assunto passar em branco e que não tem intimidade suficiente com o delator para uma conversa como a relatada por ele em uma gravação.
Segundo Machado, o presidente interino teria pedido em 2012, na Base Aérea de Brasília, doação de recursos ilícitos para a campanha a prefeito de São Paulo de Gabriel Chalita, atual secretário municipal da educação.
No encontro no Jaburu, o peemedebista também disse que já havia se reunido com Machado na residência oficial e na Vice-Presidência da República, mas que não se lembra de tê-lo encontrado na Base Aérea de Brasília.
Para dirimir a dúvida, o Palácio do Planalto chegou, até mesmo, a pedir na quarta-feira (15) para a Força Aérea Brasileira registros de entrada e saída na Base Aérea em 2012.
Em conversa com sua equipe, o presidente interino disse ainda que não fez nenhum pedido de doação diretamente a Machado, lembrando que ele era ligado ao PMDB do Senado Federal.
MUNIÇÃO
O jantar foi promovido pelo peemedebista para afinar o discurso da base aliada no Senado Federal. No encontro, segundo relatos de presentes, o presidente interino cobrou um "discurso mais sólido" e de "maior combatividade" na defesa do governo federal.
Nesse sentido, ele concordou em dar orientações à equipe dos ministros para que eles municiem a base aliada com informações e dados governamentais. O peemedebista também pediu empenho e celeridade na tramitação da proposta que fixa um teto para os gastos públicos, apresentada na quarta-feira (15) à Câmara dos Deputados. Para ele, esta é uma bandeira positiva para o governo que deve ser encampada pelos congressistas.
O presidente interino também avaliou como positivo o fato de a Câmara ter votado o projeto de lei de responsabilidade das estatais na madruga desta quarta mesmo com o afrouxamento que os deputados fizeram em alguns pontos da proposta.
Para Temer, o Senado pode até retomar o texto previamente aprovado pela Casa mas deveria manter a modificação feita pelos deputados que reduziu o tempo de experiência na área de atuação exigido para que alguém assuma a direção de uma estatal, de 10 para 4 anos.
O presidente interino também mostrou estar irritado com as críticas sobre o governo peemedebista no Congresso e ameaças de obstrução de votações feitas por parlamentares do PT e do PCdoB.
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