Empresário citado por Sérgio Machado nega pagamento de propina
Renata Mello/Transpetro | ||
Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e ex-aliado do PMDB |
O empresário German Efromovich negou nesta segunda-feira (20) o pagamento de propina ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e disse que a operação citada na delação do executivo foi legal e não envolveu dinheiro ilícito.
Machado e seu filho Expedito Machado da Ponte Neto disseram que Efromovich depositou R$ 28 milhões na conta que os dois mantinham na Suíça, referentes a uma multa contratual de operação realizada com a empresa HR Financial Services no Equador.
Efromovich controla os estaleiros Mauá e Ilha SA (Eisa), que ganharam licitações para construir navios para a Transpetro. Ele admitiu que foi procurado pelo ex-presidente da Transpetro para ajudar políticos. "Ele me pediu dinheiro, mas disse que não dou dinheiro para políticos", afirmou, em entrevista coletiva.
Em sua delação, Machado disse que, ao negar o pedido de propina, Efromovich "indicou que estava disposto a apresentar investimentos não realizados à Transpetro nos quais o depoente poderia ter um retorno, no mínimo, de igual magnitude".
Em 2008, um fundo gerido por Expedito ajudou a financiar a atividade de exploração de petróleo pela HR, com a opção de adquirir 38% da empresa. Segundo eles, Efromovich desistiu de transferir a participação e pagou a multa.
O empresário confirmou a conversa com o ex-presidente da Transpetro, mas disse que não fez oferta de negócios. "Quando vieram a mim, disse que, se precisavam de dinheiro, que trabalhassem como eu trabalho, 18 a 20 horas por dia, porque tem um monte de negócios em que se pode ganhar dinheiro", argumentou.
Questionado sobre se não via conflito de interesses na relação com o filho de Machado, disse que não. "Já fizemos negócios também com o Credit Suisse", respondeu, citando o banco onde trabalhou outro filho do ex-presidente da Transpetro, Sergio Firmeza Machado.
Efromovich disse que não tinha conhecimento de que o dinheiro gerido pelo filho de Sérgio Machado tinha origem no pagamento de propina por empreiteiras. "Quando fizemos o negócio, a gente nem sabia que o fundo tinha relação com o Brasil", defendeu.
O estaleiro Mauá já entregou os quatro navios encomendados pela Transpetro. Uma subsidiária do Eisa, chamada Eisa Petro Um, entregou uma embarcação e suspendeu há quase um ano as obras de outras três. Outro contrato, de oito navios, foi cancelado.
Eisa e Eisa Petro Um estão em recuperação judicial.
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