Com indefinição de eleição na Câmara, Temer se reúne com Maranhão
Com a indefinição da eleição para a sucessão na Câmara dos Deputados, o presidente interino, Michel Temer, reuniu-se na noite desta quinta-feira (7) com Waldir Maranhão (PP-MA) no Palácio do Planalto.
O encontro foi solicitado pelo deputado federal, presidente interno da Câmara, e ocorre após os líderes da base aliada terem ignorado Maranhão sobre a convocação da eleição parlamentar para a próxima quinta-feira (14).
Alan Marques/Folhapress | ||
O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), em sessão no plenário da Casa |
Em reunião, a base governista decidiu convocar a sessão para terça-feira (12). Pelo entendimento da Secretaria-Geral da Mesa, a decisão dos líderes não anula a sessão do dia 14.
Caso o novo presidente da Câmara já seja eleito na terça, contudo, a sessão que Maranhão convocou fica prejudicada.
Com a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que já era esperada por Temer, o presidente interino apelou por um consenso da base aliada na escolha de um nome para a sucessão.
Em reuniões nesta quinta-feira (7), o peemedebista demonstrou preocupação com a possibilidade de que um racha na base aliada breque a votação de medidas de interesse do governo federal, como a lei dos fundos de pensão e o teto dos gastos públicos.
O presidente interino já esperava desde a semana passada a renúncia de Cunha. Em encontro no Palácio do Jaburu, Temer foi informado da intenção do peemedebista em renunciar e avaliou que seria a melhor solução.
No encontro, ambos discutiram a sucessão na Câmara dos Deputados e o presidente interino destacou a necessidade de um acordo entre a bancada peemedebista e o chamado "centrão", campo político mais afinado a Cunha.
O Palácio do Planalto tem preferência por um nome da bancada peemedebista, como Osmar Serraglio (PMDB-PR) ou Baleia Rossi (PMDB-SP), mas, em nome de um consenso, está disposto a apoiar um nome do "centrão", como Rogério Rosso (PSD-DF) ou Beto Mansur (PRB-SP).
Uma das ideias propostas pela base aliada, e que tem o respaldo do governo interino, é que eles revezem a presidência da Câmara dos Deputados nos próximos anos.
Para evitar uma reação de Cunha contra o governo federal, a ordem do presidente interino é que assessores e ministros evitem comentar publicamente sobre a renúncia de Cunha.
A decisão de Cunha trouxe alívio a Temer devido à saída de Waldir Maranhão (PP-MA) do comando da Câmara dos Deputados, mas também preocupação com a possibilidade de retaliação do peemedebista fluminense, acuado com a perda de poder.
Nas palavras de um assessor presidencial, o ideal é que Cunha seja mantido permanentemente a "uma distância segura" do Palácio do Planalto.
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