Candidatura de Castro mostra que Planalto não interfere na Câmara, diz Temer
Renato Costa/Folhapress | ||
O deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), em março, quando ainda era ministro da Saúde de Dilma |
O presidente interino, Michel Temer, afirmou nesta terça-feira (12) que a decisão da bancada peemedebista de lançar candidatura própria para a sucessão da Câmara dos Deputados demonstra que o governo federal não tem interferido na disputa parlamentar.
Em uma derrota do Palácio do Planalto, a bancada do partido do presidente interino decidiu apoiar o nome de Marcelo Castro (PMDB-PI), ex-ministro de Dilma Rousseff, para o comando da Casa Legislativa.
O governo interino trabalhava para que a sigla não lançasse candidatura própria, evitando pulverizar ainda mais a disputa parlamentar na base aliada, mas não teve êxito.
A escolha do nome foi recebida com irritação pelo presidente interino, que vê com desconfiança a proximidade de Marcelo Castro com o PT, partido de oposição ao governo federal.
O receio de assessores e auxiliares presidenciais é de que a candidatura tenha surgido de um jogo combinado do peemedebista com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Essa é a revelação de que não interferimos na Câmara dos Deputados", disse o presidente interino ao sair de almoço com a frente parlamentar do agronegócio.
A bancada federal do PT anunciará nesta terça-feira (12) apoio a Castro, que venceu disputa na bancada peemedebista por 28 votos.
Ele derrotou no segundo turno Osmar Serraglio (PR) que ficou com 18 votos. Carlos Marun (MS) e Fabio Ramalho (MG) também queriam se eleger para o cargo, mas não conseguiram votos suficientes.
A batida de martelo pulveriza ainda mais a eleição para a cadeira deixada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e complica ainda mais os planos do Palácio do Planalto, que vem trabalhando para que a base aliada se una em torno de um nome.
Outro reflexo da decisão é o enfraquecimento da chapa encabeçada por Rogério Rosso (PSD-DF).
Ainda favorito no pleito, Rosso foi o escolhido pelo chamado "centrão", bloco formado por partidos de média e pequena expressão e turbinado por Cunha no período em que ele ocupou a presidência.
Marcelo Castro foi ministro da Saúde da petista e, apesar de ser do partido do presidente interino, Michel Temer, votou contra o afastamento dela.
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