Líderes da antiga oposição tentam unificar candidatura contra PT
Na tentativa de evitar que o campo político que faz oposição ao PT fique fora do segundo turno da disputa pela presidência da Câmara, líderes do PSDB, PSB, DEM e PPS começaram a trabalhar para que essas siglas tenham apenas um candidato à sucessão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Hoje, dois integrantes desse campo político se colocam como candidatos ao comando da Casa: os deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Júlio Delgado (PSB-MG). Maia, tem, em tese, mais apoios do que Júlio entre as quatro legendas. Por isso, a pressão é para que o pessebista abra mão da disputa em favor do democrata.
"Estamos todos trabalhando para unificar as candidaturas, para que não haja risco de não termos votos o suficiente para ir ao segundo turno", afirmou Rubens Bueno (PPS-PR). PSDB e PPS decidiram não lançar nomes, por isso pressionam mais enfaticamente por um acordo.
MUDANÇA
A tentativa de acelerar um entendimento entre Delgado e Maia ganhou força depois que o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) venceu eleição interna no PMDB e se lançou candidato da sigla à presidência da Câmara. Castro é ex-ministro da presidente afastada, Dilma Rousseff, e conta com o apoio público dos petistas na disputa pelo comando da Casa.
O movimento da maioria da bancada do PMDB na direção de Castro foi lido como uma tentativa de deputados do partido alinhados a Eduardo Cunha e ao chamado centrão de levar para o segundo turno um candidato menos competitivo e, assim, favorecer o nome do "centrão", Rogério Rosso (PSD-DF), que é o favorito na corrida interna.
Rosso teria a simpatia de uma ala do Palácio do Planalto, que tem se omitido formalmente da disputa para agravar o racha na base aliada do presidente interino, Michel Temer. Nos bastidores, no entanto, deputados do PSDB, DEM, PSB e PPS, dizem que há ministros de Temer trabalhando para ajudar Rosso a se eleger.
O deputado do DF é visto como um nome alinhado a Eduardo Cunha. Ele foi nomeado pelo ex-presidente da Câmara para presidir a Comissão do Impeachment de Dilma.
O DIA D
Votação deve seguir noite adentro
12h
Limite para registro das candidaturas
16h
Horário marcado para o início da sessão; candidatos terão dez minutos cada para discursar -deve haver pelo menos dez na disputa
18h
Líderes também têm direito a dez minutos de fala
Indefinido
Abertura das urnas; se houver segundo turno, há uma hora de intervalo
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