Castro diz que sua candidatura à presidência da Câmara 'ajuda' Temer
Pedro Ladeira/Folhapress | ||
Marcelo Castro (PMDB-PI) fala ao celular após ser o escolhido pela bancada peemedebista como candidato |
O candidato do PMDB à presidência da Câmara, Marcelo Castro (PI), disse, nesta terça (12), que sua candidatura "ajuda o governo" de Michel Temer, também do PMDB, e que "sente" que já está no segundo turno.
A decisão de lançar uma candidatura pelo partido e a escolha do nome de Castro –que foi ministro da Saúde de Dilma Rousseff e votou contra o impeachment em abril– desagradou o Planalto.
O governo interino defendia que o PMDB –maior bancada da Câmara– não deveria ter candidatura própria para não pulverizar ainda mais a disputa parlamentar na base aliada.
"A candidatura do PMDB ajuda o governo. Se o PMDB não lançar candidato, vai, em seguida, apoiar outro candidato. E todos os candidatos lançados até agora, à exceção da Luiza Erundina (PSOL-SP), são da base do governo", disse, acrescentando que se o PMDB decidisse então por uma delas, "as demais ficariam chateadas".
"O PMDB tendo um candidato próprio, nós temos uma grande justificativa: a vaga é do presidente da Câmara, que é do PMDB. E o PMDB não tem mais nenhum cargo na mesa, porque, para nós termos a presidência, nós negociamos todos os outros."
Castro, no entanto, esteve no Planalto nesta terça e não foi recebido por Temer, que estava "tratando de assuntos muito importantes". No início da noite desta terça, ele disse a jornalistas que esperava encontrar o presidente "para tranquilizá-lo".
"Vou dizer [a Temer] que sou candidato do PMDB, legitimamente escolhido pela bancada, e que ele fique tranquilo que não vou usar este recurso ou artifício de que sou candidato do partido do governo", afirmou.
IMPEACHMENT E PT
Castro admite que o fato de ter votado contra o impeachment de Dilma pode ser um obstáculo para sua eleição à presidência da Câmara.
"Se há algum ato que alguém poderia reparar é a votação do impeachment, mas eu não tinha outra posição a assumir que não fosse aquela, sob pena de me desmoralizar publicamente. Eu era ministro da presidente Dilma", justifica.
Ele ainda disse que ele não assumiu o ministério numa "negociação pessoal, Marcelo Castro-presidente Dilma". "Eu fui ministro da Dilma indicado pela bancada do PMDB."
Castro declarou ainda não ter os votos do PT. "Mas se o PT me apoiar, vai ser muito importante para a minha vitória", disse. Ele afirmou estar atrás do apoio do PT, PDT e PC do B. "Estamos conversando também, muito respeitosamente, com o PSB. E se o PP não lançar oficialmente um candidato, vamos conversar com o PP."
Ele disse ainda que não é o "candidato anti-Cunha". "Sou candidato a favor da Câmara. A Câmara está precisando de paz, de harmonia, de tranquilidade."
O DIA D
Votação deve seguir noite adentro
12h
Limite para registro das candidaturas
16h
Horário marcado para o início da sessão; candidatos terão dez minutos cada para discursar -deve haver pelo menos dez na disputa
18h
Líderes também têm direito a dez minutos de fala
Indefinido
Abertura das urnas; se houver segundo turno, há uma hora de intervalo
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