Marina defende impeachment e diz que Lava Jato 'passa o Brasil a limpo'
Alan Marques - 15.jan.2016/Folhapress | ||
A ex-senadora Marina Silva em entrevista na sede da Rede |
A ex-ministra Marina Silva, porta-voz e principal líder da Rede Sustentabilidade, voltou a defender nesta sexta (26) o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e disse que as investigações contra a corrupção no país "estão passando o Brasil a limpo".
Questionada sobre a frase de Lula, de que esta é "a semana da vergonha nacional", Marina disse que o processo de impeachment não é golpe e está previsto na Constituição.
"Uma democracia não tem como ser saudável se o abuso do poder econômico, esquemas de corrupção ou o desrespeito à lei passarem a ser o procedimento para se chegar ao poder", afirmou, durante coletiva de imprensa em Curitiba.
A ex-ministra voltou a defender que houve crime de responsabilidade, mas criticou o presidente interino Michel Temer (PMDB) e pediu a realização de novas eleições.
"Esse governo [de Temer] tem os mesmos problemas do governo anterior", disse. "O modus operandi inclusive é o mesmo, com troca de pedaços do Estado para ter maioria no Congresso, e com pessoas comprometidas na Lava Jato."
Marina elogiou a equipe econômica do presidente interino, "sem sombra de dúvida competente", mas disse que o governo "ziguezagueia para tentar não cair no abismo".
"Eles diziam que iam reduzir o déficit público, e a gente só vê ele aumentar. Diziam que iriam reduzir cargos, e aprovaram mais contratações. O tempo todo dão sinais trocados."
Para a ex-senadora, a crise atual "é obra conjunta do PT e PMDB". Ela voltou a pedir que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) julgue a ação contra a chapa de Dilma e Temer –o que deve ficar apenas para 2017.
"A Justiça já tem todos os elementos. O próprio marqueteiro da campanha [João Santana] diz que teve dinheiro de caixa dois", afirmou a ex-ministra.
CAMPANHA
Marina viajou ao Paraná em apoio às candidaturas de Requião Filho (PMDB) e Aliel Machado (Rede) às prefeituras de Curitiba e Ponta Grossa, respectivamente. Ela participou de compromissos de campanha e gravou vídeos de apoio aos candidatos.
A Rede lançou dez candidatos a prefeito nas capitais, e 11 candidatos a vice –em alianças que, segundo a ex-ministra, foram "programáticas, e não pragmáticas".
Esta é a primeira eleição de que a Rede participa.
"Vai ser difícil. Temos só 12 segundos de TV. Mas o novo não se estabelece com facilidade; é um processo", afirmou Marina.
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