Partido nanico que apoiou João Doria ganha cargo de Alckmin
Eduardo Knapp - 2.out.2016/Folhapress | ||
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) comemora com Joao Doria (à dir.) a vitória na eleição em SP |
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) deve nomear o presidente estadual do nanico PMB (Partido da Mulher Brasileira) secretário-adjunto de Turismo de São Paulo.
A posse de Jaime Fusco, prevista para a semana que vem, se dá após o apoio do PMB à candidatura à Prefeitura de João Doria, afilhado político de Alckmin.
Além de Fusco, Alckmin já nomeou Laércio Bencko, presidente estadual do PHS, como secretário do Turismo e Ricardo Salles, do PP, como secretário do Meio Ambiente. As nomeações ocorreram na esteira do apoio das legendas à candidatura Doria.
A possibilidade de Fusco assumir, quando ventilada durante a campanha, causou polêmica por seu currículo.
Baseado no Rio, Fusco era advogado. Entre seus clientes esteve o traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha.
Agora já estabelecido em São Paulo, ele defende sua trajetória. "Tenho perfil técnico. Fui procurador-geral da Câmara Municipal de Seropédica (RJ). À época, o prefeito pediu um estudo e eu criei a Secretaria Municipal de Regularização Fundiária, por projeto de lei. Depois, assumi a pasta", relatou.
"Teve essa mácula na minha vida, porque quando o Antonio Bonfim estava solto, eu trabalhava com a Secretaria de Segurança para a entrega dele, por isso acabei virando advogado. Eu fiz a intermediação para que ele fosse preso e criou uma confiança dele por conta disso", afirmou Fusco.
Ele disse desconhecer a nomeação. "A Folha me massacrou, falando que eu era advogado de traficante, acho difícil o governador... Seria uma honra para mim, mas não estou sabendo de nada", disse.
No final de setembro, o Ministério Público Eleitoral denunciou Alckmin e a campanha de Doria por suposto abuso de poder político.
No entendimento do promotor José Carlos Bonilha, Alckmin usou a máquina do Estado na montagem da coligação do então candidato.
Com apoio de 12 siglas, além do PSDB, a campanha de Doria obteve o maior tempo de TV da disputa, o que foi fundamental para que ele se tornasse conhecido.
A campanha do PSDB, à época, informou que se defenderia "na certeza de que não cometeu ilegalidade".
A assessoria de imprensa do governo do Estado de São Paulo disse que "não existe qualquer relação entre a administração pública e a lógica eleitoral".
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