Em jantar com Aécio, Temer defende que não se antecipe disputa de 2018
Alan Marques - 8.nov.2016/Folhapress | ||
O presidente Michel Temer participa do Seminário Infraestrutura e Desenvolvimento do Brasil, em Brasília |
Para evitar que disputas partidárias afetem o governo federal, o presidente Michel Temer defendeu ao presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, que não se antecipe o calendário eleitoral de 2018.
Em jantar na noite de segunda-feira (7), o peemedebista adotou o discurso de "cada dia com a sua agonia" e ressaltou que é preciso ter "foco" para a aprovação das medidas econômicas consideradas fundamentais pelo governo, como a que estabelece um teto para os gastos públicos e a reforma previdenciária.
Temer convidou para um jantar nesta segunda-feira (7), no Palácio do Jaburu, o presidente nacional do partido, Aécio Neves (MG), e o senador Tasso Jereissati (CE). O encontro teve como objetivo blindar a pauta governista de turbulências internas na sigla.
A avaliação do presidente é que um cenário de disputadas dentro do PSDB para a escolha de um nome para 2018 tem ressonância na conjuntura nacional e gera ainda mais instabilidade no país.
Nas palavras de um auxiliar do Planalto, a antecipação do calendário eleitoral pode causar um racha na base e atrapalhar votações no Congresso.
Em conversas reservadas com assessores, Temer já havia manifestado incômodo com a postura dos tucanos diante de sua sucessão.
Durante a maior parte do jantar, Temer e Aécio conversaram a sós. No fim do encontro, Tasso chegou ao Jaburu.
O presidente reforçou que a ideia do governo é aprovar a PEC do teto de gastos ainda em dezembro e enviar a reforma previdenciária antes do fim do ano ao Congresso. E pediu empenho aos aliados.
A intenção de marcar um jantar com os tucanos já era avaliada pelo presidente desde o fim das eleições municipais, quando se intensificou a disputa entre Aécio e o governador Geraldo Alckmin (SP) para o posto de candidato do PSDB em 2018.
Para o Planalto, a disputa interna tem gerado consequências inclusive na sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara.
Aliados de Alckmin e Aécio têm patrocinado candidatos diferentes para o cargo, na eleição que vai acontecer no início do ano que vem.
Temer, por sua vez, defende um nome de consenso da base e teme que uma disputa interna dentro de um dos partidos atrapalhe o plano.
Na semana passada, após a defesa pública para que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) volte a comandar o país, feita pelo ex-assessor do tucano Xico Graziano, Temer decidiu agir de forma mais incisiva.
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