Suspeito, amigo de Cabral é solto por engano no Rio
Divulgação | ||
Grupo brinda com Cabral; à esq., de óculos, Luiz Bezerra |
Apontado pelo Ministério Público Federal do Rio como operador financeiro da quadrilha comandada pelo ex-governador Sérgio Cabral, Luiz Carlos Bezerra foi posto em liberdade por engano nesta quarta-feira (23).
O juiz da 3ª Vara Federal Criminal, Vitor Valpuesta, concedeu liberdade provisória ao suspeito pela prisão em flagrante por porte ilegal de armas. Como a Folha revelou na terça-feira (22), Bezerra tinha dois revólveres e 41 munições irregulares no cofre de casa no dia da prisão, há uma semana.
A oficial de Justiça se dirigiu ao Complexo Penitenciário de Bangu e cumpriu a soltura do suspeito. Ele deixou a cadeia às 11h40 de quarta.
Contudo, ainda recai sobre Bezerra o mandado de prisão preventiva em razão dos fatos apurados na Operação Calicute. Ele é apontado pela procuradoria como um dos responsáveis por recolher a propina do grupo e administrar os recursos.
O juiz Marcelo Bretas determinou nesta quinta-feira (24) que o suspeito seja preso novamente e "recolhido em local que não lhe permita o contato com os demais presos desta operação, tendo em vista que durante o período em que esteve em liberdade pode ter obtido informações que, se compartilhadas, podem acarretar prejuízo às investigações".
A defesa afirmou que ele se apresentaria à Justiça Federal nesta quinta. A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária afirmou que Bezerra não havia sido preso até a publicação desta nota.
Bezerra é amigo de infância de Cabral. Ele ocupou cargo na Secretaria de Casa Civil do governo e no gabinete da presidência da Assembleia Legislativa, quando estava sob comando do deputado Paulo Melo (PMDB).
Seu vínculo, contudo, sempre foi com Cabral. Ele era o responsável pelo pagamento de despesas pessoais do governador e até de seus familiares. Foi Bezerra quem quitou, por exemplo, a fatura com a empresa de cachorro quente do filho do ex-governador.
A existência de Bezerra foi revelada quando este apareceu numa foto acompanhado de Cabral e o empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, todos acompanhados das respectivas mulheres em Mônaco.
A Folha tentou contato com os advogados de Bezerra para confirmar se ele fora preso de novo, mas não obteve retorno.
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