PMDB quer manter ministério que foi de Geddel Vieira Lima
Márcia Ribeiro/Folhapress | ||
O peemedebista Baleia Rossi, um dos cotados para assumir ministério |
Com receio de perder espaço na Esplanada dos Ministérios, o comando nacional do PMDB pressiona o presidente Michel Temer a manter o partido à frente da Secretaria de Governo, pasta responsável pela articulação política e que ficou vaga com a saída de Geddel Vieira Lima.
Temer foi informado no final de semana de que a legenda não abre mão do ministério. O movimento pela manutenção do partido na pasta envolve deputados, senadores e dirigentes da sigla, que também procuraram assessores e auxiliares presidenciais para dar o recado.
A articulação tem como objetivo evitar que o ministério, que integra a chamada cozinha do Palácio do Planalto e é considerado um dos que detêm maior prestígio político, seja entregue ao "centrão", grupo de legendas formado por PSD, PP, PR, PTB e PRB.
A possibilidade de a pasta ser oferecida ao bloco partidário é avaliada pelo presidente para tentar construir um consenso em torno da candidatura à reeleição, em fevereiro, do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
A ideia é que, com o comando da pasta, o "centrão" abra mão de lançar candidatura e apoie Maia, evitando racha na base aliada que possa afetar a apreciação da proposta de reforma previdenciária, que será enviada em dezembro ao Congresso.
Nas conversas com o governo, os dirigentes peemedebistas têm ressaltado que a sigla é hoje "subaproveitada" na gestão Temer e afirmam que o "centrão" ocupa espaço exagerado na máquina.
Hoje, o bloco de partidos médios comanda sete pastas, entre elas, Saúde, Fazenda, Transportes, Agricultura e Comunicações, além de entidades importantes como a Caixa Econômica.
O PMDB, por sua vez, está à frente de cinco, como Casa Civil, Integração Nacional, Esporte e Turismo.
Em conversas reservadas, o presidente tem indicado, contudo, que não tem pressa para definir o substituto de Geddel e que pode deixar a indicação para o início de 2017, mais próximo da eleição do comando da Câmara.
Nas palavras de um assessor presidencial, como sobram apenas duas semanas antes do recesso parlamentar, o presidente não deve se antecipar, uma vez que há o risco de causar insatisfações na base aliada caso despreze para o posto um dos grupos interessados no cargo.
O governo pondera que não há mais votações delicadas na Câmara até o final do ano. No Senado, onde ainda tramita a proposta de teto para os gastos públicos, Temer conta com a atuação de Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Congresso.
Como já informou que quer um nome sem ficha corrida, o peemdebista também pretende esperar a divulgação da delação da Odebrecht, o que pode ocorrer no mês que vem.
No final de semana, o presidente indicou em conversas reservadas que não pretende escolher um nome inexperiente, em primeiro mandato, e deve reproduzir na Secretaria de Governo o que fez no Ministério da Cultura, ao optar por um nome como Roberto Freire (PPS-SP), que acumula seis mandatos no Congresso Nacional.
Na bolsa de apostas aparecem nomes como os dos assessores especiais Sandro Mabel e Rodrigo Rocha Loures e dos deputados Rogério Rosso (PSD-DF), Baleia Rossi (PMDB-SP), Osmar Serraglio (PMDB-PR) e José Fogaça (PMDB-ES).
Peemedebistas, no entanto, consideram que Serraglio não tem perfil de articulador político. Já Rossi tem negado interesse.
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