Operação Acrônimo leva filho de ex-governador do Tocantins para depor
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (30) a 12ª fase da Operação Acrônimo. Ela acontece no Tocantins e no Distrito Federal, com mandados expedidos pelo juiz Zacarias Leonardo, da Justiça de Tocantins.
Entre os alvos de condução coercitiva e busca a apreensão estavam o deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (DEM-TO), filho do ex-governador Siqueira Campos, e o ex-diretor do Detran, o coronel Julio Cesar Mamede.
Ao todo foram expedidos cinco mandados de condução coercitiva. Ninguém chegou a ser preso.
A operação da PF mira uma licitação do Detran do Estado do Tocantis em que teria havido pagamento de propina. A informação foi dada pelo empresário Benedito Oliveira, o Bené, que firmou acordo de delação premiada.
Bené relatou que pagou cerca de R$ 600 mil de propina para o deputado Eduardo Siqueira Campos em 2012. Na época, o pai dele, Siqueira Campos, era governador do Tocantins.
Segundo o empresário, o dinheiro foi dividido com o coronel Mamede e se referia a uma licitação de cartilhas de trânsito que foram encomendadas pelo Dentran local.
Em depoimento a PF na manhã desta quarta, o deputado recusou a presença de um advogado e respondeu cerca de 20 perguntas. Na busca em sua residência, foi apreendido seu computador pessoal.
A investigação referente a esse caso foi remetida ao Tribunal de Justiça do Tocantins pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) por razões de competência relacionada ao foro dos investigados.
HISTÓRICO
A Acrônimo teve a primeira fase deflagrada em 2015, investigando um esquema de lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais envolvendo gráficas e agências de comunicação.
O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), foi alvo de algumas delas, suspeito de ter usado os serviços de uma gráfica durante a campanha eleitoral de 2014 sem a devida declaração dos valores e de ter recebido "vantagens indevidas" do proprietário dessa gráfica, o Bené.
OUTRO LADO
Por meio de sua assessoria de imprensa, o deputado Eduardo Siqueira Campos negou ter recebido propina e ter cometido irregularidades.
O coronel Julio Cesar Mamede não foi encontrado pela reportagem. Fernando Pimentel nega envolvimento em irregularidades.
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