Grupo Bertin também pagou reforma no sítio de Atibaia, diz PF
Um novo laudo da Polícia Federal mostra que empresas do frigorífico Bertin também pagaram pela reforma do sítio de Atibaia, no interior de São Paulo, frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A informação foi antecipada pelo jornal "O Estado de S. Paulo".
O grupo transferiu R$ 110 mil ao arquiteto Igenes dos Santos Irigaray Neto, que coordenou a reforma do local na sua primeira etapa, em 2010.
O sítio, alvo de investigação da Operação Lava Jato, foi reformado pela OAS, Odebrecht e pelo pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula. A PF suspeita que o verdadeiro dono do local seja o ex-presidente e que as reformas tenham sido feitas como um agrado ao petista.
O grupo Bertin também é investigado na Lava Jato.
Seu ex-presidente, Natalino Bertin, é réu sob suspeita de envolvimento em um empréstimo fraudulento feito pelo banco Schahin a José Carlos Bumlai. Parte do dinheiro foi transferido ao frigorífico. O empresário nega fraude e diz que emprestou a conta como "um favor a um amigo".
O laudo, anexado ao inquérito na semana passada, também mostra que Irigaray Neto trocou e-mails sobre a reforma com executivos da Bertin, dando detalhes de projeto, orçamento e prazos de entrega, além de fotos da obra.
Os depósitos ao arquiteto foram feitos por meio da Rema Participações, antiga Transbertin Transportes, pertencente ao grupo Bertin.
O inquérito que investiga a propriedade do sítio continua em andamento.
A Folha não conseguiu contato com a defesa de Bertin. O ex-presidente Lula afirma que nunca foi proprietário do sítio e nega ter recebido quaisquer vantagens indevidas durante e após seu mandato na Presidência.
Irigaray Neto disse à PF que recebeu pelo serviço para o qual foi contratado e que não tem conhecimento de irregularidades.
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