Homenagem final a dom Paulo Evaristo Arns lota catedral da Sé
Sob salva de palmas e gritos de 'viva!', dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, foi enterrado nesta sexta-feira (16) na cripta da catedral da Sé.
A missa final da homenagem ao cardeal,morto na quarta-feira (14) aos 95 anos, atraiu milhares de pessoas à catedral, no centro da cidade. A Sé, que comporta cerca de 2.000 pessoas, estava lotada às 15h, horário do início da celebração.
O velório do religioso, ícone progressista da igreja, durou dois dias, com missas realizadas de duas em duas horas.
"'De esperança em esperança', este lema foi o fio condutor de dom Paulo em sua vida pessoal e sua atuação na Igreja", afirmou dom Odilo Scherer, atual arcebispo metropolitano, responsável pela primeira e pela última missa.
A cerimônia final, que durou cerca de duas horas, foi interrompida diversas vezes com palmas da plateia de fiéis e militantes. "Herói do povo", gritou um homem do local reservado à imprensa. Uma bandeira do Movimento Nacional da População de Rua foi erguida no meio da multidão.
"Durante a sua vida, dom Paulo jamais perdeu a sua simplicidade, a sua alegria franciscana e a sua proximidade com os excluídos, a população de rua, os perseguidos", disse o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta.
Após a missa, em que estiveram presentes o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), o prefeito Fernando Haddad (PT) e o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, o corpo do franciscano foi levado para a cripta, onde foi sepultado ao lado de bispos e arcebispos em cerimônia restrita à família, exibida em televisões ao público.
Também estavam na catedral líderes religiosos de outras denominações cristãs e religiões. Deputados federais como Luiza Erundina e Ivan Valente, do PSOL, e Paulo Teixeira (PT) compareceram, assim como o vereador eleito Eduardo Suplicy (PT).
O ex-presidente Lula foi à homenagem na noite de quinta-feira (15), conversou rapidamente com o padre Júlio Lancelotti e saiu sem falar com a imprensa.
O presidente Michel Temer (PMDB) não foi ao velório por medo de hostilidades de militantes de esquerda e enviou coroa de flores.
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