Temer cobra defesa do governo ao PMDB e ouve que TSE é 'risco'
Pedro Ladeira/Folhapress | ||
O presidente Michel Temer durante pronunciamento no Palácio do Planalto |
O presidente Michel Temer cobrou nesta quarta-feira (24) uma defesa pública de seu governo a senadores do PMDB e ouviu dos aliados que o impeachment não será levado adiante no Congresso, mas que há "risco" para o peemedebista no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que pode cassar a chapa Dilma-Temer em julgamento marcado para o início de junho.
Os senadores afirmaram a Temer que, com a Câmara e o Senado presididos por aliados, nenhum dos 12 pedidos de impeachment já protocolados contra ele deve prosperar, mas o senador José Maranhão (PMDB-PB) ressaltou que é preciso estar atento ao TSE.
Segundo aliados do presidente, o tema de uma possível sucessão presidencial foi tratado na reunião de maneira lateral, apenas com a negativa do impeachment e a tensão que permeia o julgamento no TSE.
Em reunião com 17 dos 22 senadores de seu partido, Temer pediu mais ação e enfrentamento político dos senadores. O presidente quer que seus aliados façam discursos em plenário em sua defesa e garantam o andamento da pauta reformista no Congresso.
Em meio à maior crise que assolou o seu governo, o peemedebista tenta passar a ideia de normalidade com votações no Legislativo, mas tem enfrentado resistência de partidos de oposição, manifestações populares e a articulação de partido aliados, como PSDB, DEM e setores do próprio PMDB para construir um nome que possa substitui-lo via eleição indireta, caso ele seja cassado pelo TSE.
Temer rechaça a possibilidade de renunciar ao cargo, mas sabe que as articulações estão ocorrendo entre os aliados.
FATOR RENAN
Durante a reunião com os senadores, houve críticas ao líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que faz críticas ao governo e já pediu a renúncia de Temer. Renan tem articulado junto a nomes do próprio PMDB e de partidos de oposição, como o PT, uma saída para a crise, com a destituição de Temer.
Renan e seus três principais aliados, Katia Abreu (PMDB-TO), Eduardo Braga (PMDB-AM) e Roberto Requião (PMDB-PR) não foram convidados por Temer para o encontro no Planalto.
Diante do presidente, os senadores disseram que estão insatisfeitos com a postura de Renan e sinalizaram que devem destituir o senador do cargo de líder do partido.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), deve convocar uma reunião para tratar da situação de Renan na bancada.
Nesta terça-feira (23), Renan fez um discurso na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado contrário à reforma trabalhista, uma das bandeiras do governo. O senador alagoano não é integrante da comissão, mas irritou o Planalto o fato dele articular os votos contra a leitura do relatório.
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