Oposição tenta manobra para adiar votação de parecer na CCJ
A oposição ao governo do presidente Michel Temer tenta uma manobra para adiar a votação do parecer do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) o que, pelo desenrolar da sessão, pode acontecer ainda nesta quinta-feira (13).
Segundo dois deputados contrários a Temer ouvidos pela Folha, eles querem propor a Zveiter que faça alterações em seu parecer diante de sugestões apresentadas nos debates.
Luiza Franco/Folhapress | ||
O deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), inicia sessão para discutir a denúncia da PGR contra Temer |
Com isso, o relator pode pedir mais prazo para mexer em seu texto, o que faria a CCJ a adiar a votação na comissão.
Consequência disso seria a impossibilidade de votar o relatório em plenário até esta sexta-feira (14).
No fim de semana ou na segunda-feira (17), o governo teria mais dificuldade de conseguir o quórum para votação, já que o recesso parlamentar começa no dia seguinte (18).
Se o plano da oposição der certo, a votação no plenário da Câmara pode ficar para agosto, estendendo o desgaste do presidente Michel Temer.
Esta não é a primeira vez que se adota esta manobra.
Em junho do ano passado, o Conselho de Ética manobrou e adiou para o dia seguinte a votação do relatório que pedia a cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A decisão foi anunciada pelo presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), a pedido do relator, Marcos Rogério (DEM-RO), ambos adversários de Cunha, diante da constatação de que Cunha seria absolvido caso a votação ocorresse naquele dia.
BASE TENTA ACELERAR SESSÃO
Deputados da base governista na CCJ abriram mão de se pronunciar sobre a admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel Temer para acelerar a sessão. Há 19 inscritos para falar, todos em defesa do parecer do relator, Sergio Zveiter (PMDB-RJ), que pediu a aceitação da denúncia contra o presidente.
O governo orientou a base a não se inscrever e a retirar assinaturas para acelerar a tramitação.
Após as falas dos deputados, o relator e a defesa do presidente podem se pronunciar. Depois, haverá uma votação e o parecer será aceito ou rejeitado por maioria dos presentes à sessão. A CCJ tem 66 integrantes.
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