Uso de aeronave da Presidência gerou polêmicas no país
Starliner | ||
O antigo avião presidencial, conhecido como "Sucatão", destruído para ser vendido como sucata |
O uso de aviões presidenciais, comprados periodicamente por mandatários desde 1941, sempre foi motivo de polêmica no Brasil.
Na campanha de 2006, o então adversário de Lula Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu "vender o Aerolula e construir cinco hospitais", algo definido pelo então presidente como "sandice".
Em 2010, a Folha revelou que a FAB preparava a aquisição de um avião de transporte com previsão de área VIP, apelidado então de Aerodilma, já que Dilma Rousseff estava eleita para o primeiro mandato.
Lula defendeu a compra. "Não tem por que não comprar. Acabou aquela bobagem de Aerolula. Acho que o Brasil precisa de um avião com mais autonomia para o presidente", disse, chamando de "humilhação" as escalas de até duas horas para reabastecimento.
Foi o abandono da defesa inicial do uso do Airbus, já que sua autonomia intercontinental não se comprovou na prática.
A compra acabou empacando por causa do alto custo, mas a presidente sempre se queixou do alcance do Airbus. Ainda assim, gostava de usar as escalas para fazer turismo ou apreciar a culinária local, como ocorreu em Portugal em 2012.
O aluguel do 767-300ER é considerado emergencial pela FAB e foi contratado nos EUA por meio de uma empresa paulista, a Colt, que ganhou licitação.
Ele enterrou a compra de duas unidades do mesmo avião, só que com capacidade de reabastecimento aéreo, junto à israelense IAI.
O Ministério da Defesa trabalha, contudo, com a hipótese de reativar a compra caso a situação de restrição orçamentária desanuvie. Nesse cenário, o 767 alugado poderá ser incorporado à frota da Presidência. Hoje ele está no Esquadrão Corsário, baseado no Rio.
A unidade opera o transporte de longa distância da FAB e estava sem opções desde a aposentadoria dos Sucatões, ocorrida após um acidente quase acabar em tragédia no Haiti, em 2013.
Uma semana após sua chegada ao Brasil o avião já foi usado para levar soldados para reforçar a segurança da Olimpíada do Rio.
Contando apenas com limitados turboélices Hércules C-130, a Força precisava de um avião para tropas –o 767 carrega 257 passageiros.
Enquanto isso, o reabastecimento aéreo ficará a cargo dos lentos C-130. A FAB informou que o plano é utilizar os futuros KC-390 da Embraer, que começam a chegar em 2018.
O avião é mais adequado para um cenário de reabastecimento tático, no teatro de operações brasileiro, enquanto o 767 é uma aeronave de longo alcance, de uso estratégico.
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