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Conhecida pela crise aérea, Denise Abreu vira cabo eleitoral de João Doria

Jorge Araujo/Folhapress
SAO PAULO SP Brasi18 08 2016 João Doria Junior candidato a prefeitura de São Paulo pelo PSDB Denise Abreu presidente do Partido da Mulher Brasileira durante campanha na feira livre nos jardins ao final da caminhada o candidato comprou flores e levou..PODER Jorge Araujo folhapress703 ORG XMIT: XX
A ex-diretora da Anac Denise Abreu com João Doria, durante agenda de campanha em São Paulo

O candidato a prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) encontrou em Denise Abreu, ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), uma aliada entusiasmada.

Atual presidente do Partido da Mulher Brasileira paulistano, a advogada de 54 anos se tornou tornou um dos símbolos do chamado "apagão aéreo" entre 2006 e 2007, no governo Lula.

Longos atrasos, cancelamentos de voos e uma greve de controladores paralisaram os aeroportos na época.

Abreu diz hoje que se "reinventou" e participa com motivação da campanha.

Em evento na última terça (16), dançou e cantou o jingle de Doria, balançando a bandeira com o rosto do tucano. Presente aos eventos de Doria, ela costuma ser convidada a discursar para representar as mulheres.

Ela se diz "antifeminista": "O que a gente observa é muito preconceito do núcleo feminista contra a mulher que não trabalha, não é justo".

Também na esfera digital, a advogada se empenha. No Facebook, ela curte e incentiva o tucano em quase todas as postagens. Em troca, recebe agradecimentos cordiais de sua equipe. Abreu também vigia os comentários. Quando são críticos, rebate.

"Eu adoro", contou à Folha. Afinal, foi a rede social que permitiu o retorno à vida pública, após o acidente do avião da TAM que não conseguiu parar na pista de Congonhas e explodiu, matando 199 pessoas, em 2007.

Então ligada ao petista José Dirceu, ela era diretora da Anac e foi denunciada pelo Ministério Público sob acusação de agir com imprudência ao liberar a pista do aeroporto paulistano.

Abreu diz que entrou em depressão depois de sua renúncia ao cargo, em agosto de 2007. Ela já tinha reputação controversa. Meses antes, durante a greve de controladores, fora fotografada em uma festa fumando charuto.

Com a execração pública e o sentimento de abandono, se enclausurou. "Briguei com Deus", relata.

Até que um amigo a levou ao convento das Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo, em São Paulo.

A "católica de berço" se converteu ao "catolicismo de verdade", em sua definição. Lá, passou por "três horas de revelação". "Sangrei durante três horas pelo nariz", lembra ela.

"Isso é exorcismo, entendeu?", confidencia, baixando a voz. "A guerra política perpassa, sim, outras questões. É, sim, uma luta do bem contra o mal."

Era 5 de maio de 2008. As irmãs disseram que a paciente espiritual teria de enfrentar "sete anos de calvário e a verdade viria". Em 5 de maio de 2015, Abreu foi absolvida em primeira instância. "Se foi uma coincidência, te digo que sou escolhida para grandes coincidências", afirma.

Ela se considera de centro. É a favor da redução do tamanho do Estado e contra a legalização do aborto. Passou a maturar posições políticas no "autoexílio", ao qual se impôs depois do acidente aéreo. Ameaçada de morte, diz, passou seis meses em Washington e viveu "clandestinamente" depois no Rio. Até que descobriu o Facebook.

A coordenação de campanha de Doria diz que a participação da aliada "se limita a suas atividades como presidente municipal do PMB". Nessa condição, ela já promoveu um evento na zona leste e vai promover outros até a eleição. Diz estar apta a assumir diferentes postos numa eventual gestão Doria. Mas o sonho é ser deputada federal. "Preciso interferir no destino do país."

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