Em entrevistas após eleito, Greca canta, alfineta Odebrecht e chama jornalista de 'Lobo Mau'
Giuliano Gomes/Folhapress | ||
Rafael Greca (PMN), eleito prefeito de Curitiba, ao votar no primeiro turno |
Um dia após ser eleito prefeito de Curitiba, em entrevistas a veículos locais, Rafael Greca (PMN) cantou, alfinetou a empreiteira Odebrecht, afirmou que "por Curitiba, conversa até com Belzebu" e chamou um jornalista de "Lobo Mau".
Aos 60 anos, Greca foi eleito para o cargo pela segunda vez –ele havia sido prefeito nos anos 1990.
"A Odebrecht não paga mais campanha. Por isso que eu estou eleito. Com a saliva", disse, em entrevista ao jornal "Gazeta do Povo" nesta segunda (31).
Engenheiro, ele é conhecido pela verve afiada e pelo discurso eloquente e irônico.
Na mesma entrevista, quando perguntado sobre sua volta ao Executivo depois de tantos anos, reagiu e disse que "está vivo".
"Eu ganhei a eleição. Vim na Gazeta dizer: eu ganhei a eleição. Acabou, muda o disco. Venha ser feliz comigo", disse Greca a um dos jornalistas, emendando com a canção: "Pela estrada afora, eu vou bem sozinha, levar esses doces para a vovozinha. Pare de ser Lobo Mau".
À rádio CBN, elogiou o presidente Michel Temer (PMDB) e disse que não o vê como "um exterminador dos povos", mas que, se não houver resposta às demandas de Curitiba, que ele "vá lamber sabão".
"Se eles [em Brasília] ficarem como sereias, tentando me iludir e não tiver resolutividade, mando eles lamberem sabão e cuido de Curitiba sozinho, com as verbas da própria cidade", afirmou.
Ainda na "Gazeta do Povo", Greca disse que "perdeu o respeito" pelo atual prefeito, Gustavo Fruet (PDT), que disputou o primeiro turno contra ele, mas afirmou que vai procurá-lo para organizar a transição.
"Por Curitiba, tem conversa até com Belzebu, Satanás, Asmodeus. Eu converso com todos."
O prefeito eleito voltou a afirmar que sua prioridade será a saúde e que irá trabalhar pela revitalização dos bairros, que estão "abandonados".
Prometeu reintegrar o transporte público com a região metropolitana, com o apoio do governo estadual de Beto Richa (PSDB), de quem é aliado, e anunciou dois secretários: o médico João Carlos Baracho, na Saúde, e Luiz Fernando Jamur, em pasta ainda a ser definida.