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'Se queremos 'Fora, Temer', como vamos eleger alguém dele em São Paulo?', diz Lula

Marlene Bergamo/Folhapress
Sao Paulo,SP,Brasil 09.2016 O ex-presidente Lula participa de ato da campanha do prefeito Fernando Haddad, candidato a reeleicao em Sao Paulo, na Quadrados Bancarios. Foto: Marlene Bergamo /Folhapress cod
O ex-presidente Lula ao lado do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad

Na tentativa de alavancar a campanha à reeleição do prefeito Fernando Haddad (PT), estagnado nas pesquisas eleitorais, o PT decidiu nacionalizar a disputa municipal, relacionando os adversários do petista pela Prefeitura de São Paulo ao presidente Michel Temer (PMDB).

Nesta sexta-feira (9), durante ato na Quadra dos Bancários, no centro da cidade, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o porta-voz da nova estratégia contra Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB) e João Doria (PSDB).

"A Marta, o Doria e o Russomanno representam exatamente aquela maioria no Senado que votou pelo impeachment da companheira Dilma. Se a gente está na rua fazendo passeata e gritando "Fora, Temer", a gente não pode colocar alguém dele para ser prefeito aqui na cidade de São Paulo. Não é possível", disse Lula.

No mesmo dia em que o Datafolha mostrou que Haddad com 9% das intenções de votos, mantendo o empate técnico com Luiza Erundina, com 7%, o ex-presidente afirmou que a deputada federal do PSOL e o prefeito são "as únicas candidaturas em São Paulo que não têm nada a ver com o golpe dado na Dilma".

Embora a principal preocupação do PT seja a de desidratar a campanha de Marta Suplicy, que tem absorvido o voto da periferia, tradicionalmente petista, Lula usou parte de seu discurso para atacar o candidato do PSDB, João Doria, ironizando o patrimônio do tucano.

"Imagina o povo que foi induzido pela imprensa a não gostar de mim porque a minha mulher comprou um cisne para o meu filho e vai votar no Doria que mora numa casa que vale 10 milhões de cisnes. E que aparece nos debates da televisão sem gravata, como se fosse uma pessoa humilde do povo. Só aquele casaco dele daria para comprar os dois cisnes da Marisa e os dois barquinhos que ela tem", disse o ex-presidente, lembrando do barco que sua mulher, Marisa Letícia, comprou para usar no sítio em Atibaia, que segundo as investigações da operação Lava Jato pertence a Lula.

Lula fez ainda uma cobrança pública a Haddad, pedindo que o prefeito se licencie do cargo para se dedicar à campanha eleitoral.

"Estou enchendo o saco do Haddad: peça licença da Prefeitura e comece às 6h da manhã", disse. "Quem sabe o que fez nessa cidade é ele, então ele tem a obrigação política de tentar mostrar ao povo que se ele não voltar, o povo vai perder tudo o que foi feito nesta cidade."

O ex-presidente lembrou ainda que o candidato petista não pode ser substituído nas ruas para pedir votos.

"Portanto, querido companheiro Haddad, não tem jeito: se o Corinthians quiser marcar um gol, tem ser com um jogador do Corinthians e não do Palmeiras. Só tem uma pessoa capaz de convencer esse povo a te reeleger prefeito de São Paulo: é você", disse Lula.

Haddad usou seu discurso para criticar a proposta do governo Temer de incluir na reforma trabalhista a possibilidade de contratação por produtividade ou por horas trabalhadas. Com adesivo "Fora, Temer/ Fica, Haddad" colado no paletó, o prefeito afirmou que o governo Temer "mais do que trair a presidente Dilma, está traindo os compromissos com a classe trabalhadora".

"A todo momento é um susto nos jornais, a cada dia é uma notícia diferente e pior do que a do dia anterior. O que significa dizer que o que está em jogo em São Paulo é a manutenção do projeto que a gente representa, que efetivamente mudou a vida das pessoas", afirmou Haddad.

O presidente do PT, Rui Falcão, também usou sua fala para afirmar que "os problemas nacionais também passam pela eleição de São Paulo".

"Os candidatos que estão momentaneamente aparecendo na frente nas pesquisas querem reduzir os direitos dos trabalhadores", disse.

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