Padrinhos políticos viram tabu entre favoritos em BH
A citação a padrinhos políticos para agregar valor à campanha ou atacar adversários passou de tabu a tema central para a maioria dos candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte.
Enquanto os lanternas da disputa defendem e usam os nomes dos seus apoiadores em discursos e no horário eleitoral, os dois primeiros colocados, João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS), tentam se distanciar de outros políticos.
Nesta semana, os adversários de Kalil passaram a dizer que ele é o candidato do governador Fernando Pimentel (PT), porque o vice em sua chapa, Paulo Lamac (Rede), é ex-filiado ao PT.
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João Leite (PSDB) cumprimenta eleitores em BH |
Além disso, quando o atual governador ainda era prefeito da capital mineira, foi aliado próximo dele.
A provocação é feita em discursos e debates. A imagem de Pimentel foi desgastada após se tornar o principal alvo da Operação Acrônimo, da Polícia Federal.
O petista nega envolvimento com o o suposto esquema de obtenção de benefícios junto ao governo federal.
Além disso, ligar Kalil ao governador fragilizaria seu discurso de campanha. O candidato tem afirmado que "não é político".
Kalil nega a proximidade e diz que Lamac atualmente "não tem nenhuma relação com o governador".
"Eu não sou candidato de ninguém. Eles estão tentando me empurrar para o colo de alguém, mas não tem motivo para eu ter padrinho nenhum. Padrinho em Belo Horizonte não dá voto para ninguém", afirmou o candidato neste domingo (18).
Amira Hissa/Divulgação | ||
Alexandre Kalil (PHS), segundo da esq. para a dir. |
TUCANO
Já João Leite não tem usado a imagem do senador e ex-governador Aécio Neves (PSDB) em sua campanha.
O próprio Aécio fez apenas uma aparição pública ao lado de Leite desde que a chapa foi lançada, na convenção do partido em julho.
A candidatura de Leite, deputado estadual que já disputou a prefeitura outras duas vezes, foi negociada com o PSDB e os outros partidos pelo senador.
Aécio procurou inclusive o atual prefeito Marcio Lacerda (PSB), que não quis apoiar o candidato tucano.
Segundo Leite, Aécio está ausente porque é presidente do PSDB e tem que dividir a atenção com outras cidades.
Rodrigo Lima/Divulgação | ||
Rodrigo Pacheco (PMDB) tira foto com eleitores |
Ele afirma que irá abrir espaço para o padrinho na reta final, com participação dele no horário eleitoral e, talvez, um ato público ainda no primeiro turno.
"Ele já esteve comigo na cidade e já gravamos programa, o que interessava muito a nós, tanto ele quanto o [senador e ex-governador Antonio] Anastasia e estamos conversando permanente", afirma Leite.
Segundo a assessoria de Leite, os programas com Aécio e Anastasia começarão a ser exibidos, "como previsto", a partir desta segunda-feira (19).
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Reginaldo Lopes (PT) caminha pelo Aglomerado da Serra |
CAMPANHA
Com a proximidade da eleição, os dois candidatos começaram a intensificar suas agendas de campanha.
Neste domingo, Kalil visitou obras inacabadas da prefeitura em um bairro da periferia de Belo Horizonte. A gestão do prefeito Marcio Lacerda (PSB) é o principal foco dos seus ataques.
Já João Leite fez caminhada em tradicional feira no centro da capital e prometeu incluí-la no calendário de eventos municipal.
Segundo a última pesquisa Datafolha, se houvesse segundo turno na cidade, seria disputado pelos dois candidatos. O tucano pontuou 30% das intenções de voto, enquanto Kalil fez 19%.