Desafios de SP: confira os principais obstáculos da próxima prefeitura no ambiente

O tema de hoje da série Desafios de SP é o ambiente. No vídeo acima, o repórter especial Marcelo Leite fala sobre as principais dificuldades que o próximo prefeito terá que enfrentar. Abaixo, estão os desafios compilados com a ajuda de especialistas no assunto.

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Controlar enchentes

Inundações são um problema crônico da cidade. À medida que São Paulo foi crescendo, não houve esforço para evitar que a água corresse para o fundo dos rios. Com poucas áreas verdes, a água não infiltra no solo, o que facilita a ocorrência de enchentes. "Como a cidade está impermeabilizada, a água vai embora para o vale. Foi feita uma concentração de edificações muito densa. As áreas livres de cada lote foram ocupadas e as que não foram acabaram impermeabilizadas com lajota, concreto e cimento. O esquema para resolver o problema sempre foi facilitar o escoamento da água, quando o que se tem que fazer é o oposto, segurar a água", explica Jurandyr Ross, professor doutor da faculdade de Geografia da USP.

Reduzir a poluição do ar

É preciso combater a poluição do ar, muito expressiva na cidade. O padrão da MP 2,5, nome de uma poeira que penetra fundo no trato respiratório, é de 20 microgramas por m³ no ar de São Paulo. Já o padrão recomendado pela OMS é de 10 por m³. Os veículos de propulsão elétrica, por exemplo, ajudariam a reduzir a emissão de poluentes atmosféricos.

Aumentar a arborização

Além de combater as inundações, a arborização ajuda a manter as temperaturas mais baixas e a melhorar a qualidade do ar. "São Paulo tem um índice de arborização de 4m² por habitante, quando a ONU estabelece como área ideal 12m². Um desafio é convencer os que ainda têm quintais que áreas verdes são mais importantes do que um cimentado que facilita a limpeza da casa. A arborização também ajuda na qualidade do ar porque o papel de cada árvore é captar carbono. Esse ar mais úmido que se forma embaixo da vegetação é mais denso e retém melhor o material particulado do ar, facilitando a purificação", analisa Ross.

Intensificar a reciclagem

Segundo números oficiais da prefeitura, a cidade recicla 6,56% dos resíduos produzidos na capital. A porcentagem teria quadruplicado em três anos. A gestão do prefeito Fernando Haddad criou duas centrais mecanizadas de triagem, que separam o lixo e vendem para os recicladores. Entretanto, é preciso fazer com que essas centrais funcionem em sua capacidade máxima. A construção civil, por exemplo, é uma atividade que produz resíduos ainda pouco reaproveitados. O lixo doméstico orgânico também é, em sua maioria, decomposto nos aterros, quando poderia ser utilizado como adubo orgânico.

Despoluir os rios Tietê e Pinheiros

A despoluição dos rios é de responsabilidade do Estado, mas isso não significa que a prefeitura não possa contribuir. É essencial que o cidadão se conscientize de que não deve jogar esgoto e lixo na rede hídrica. Para isso, uma articulação entre prefeitura e Estado é fundamental.