Em agenda, Marta é chamada de 'golpista' por manifestante
Marlene Bergamo/Folhapress | ||
Estudante hostiliza Marta Suplicy em agenda de campanha em São Paulo |
Em agenda de sua candidatura em São Paulo, a senadora licenciada Marta Suplicy (PMDB), que almeja se eleger prefeita, não teve a melhor das recepções em sua visita ao bairro de Vargem Grande, em Parelheiros, extrema zona sul da cidade, nesta terça-feira (22).
Marta, que é ex-petista e foi uma das congressistas que votou pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado, foi acusada de ser "golpista" por uma moradora da região.
A estudante de Serviço Social Mellany Barbara, 22, se preparou para a passagem da candidata com um cartaz em que se lia com as palavras "golpista" e "traidora".
Mellany foi rodeada por cabos eleitorais e pessoas que acompanhavam a agenda de Marta na região. Ela disse que o cartaz foi arrancado de suas mãos por um apoiador da candidata peemedebista.
As agendas da senadora costumam ser produzidas com o auxílio de lideranças locais, que mobilizam os moradores e reúnem residentes do bairro visitado. Nesse contexto, a candidata é, em geral, ovacionada pelo público.
A estudante diz que seu primeiro voto, aos 16 anos, foi para Marta. Na ocasião, em 2000, a então petista conquistou a cadeira que hoje ocupa no Senado.
"Ela fez coisa boa. Se eu falar que não, eu vou estar mentindo", declarou, sobre a gestão de Marta na Prefeitura (2001-2004).
"Mas ela se juntou com os golpistas. Ela fez a fama, fez o nome dela em cima do PT e, quando o negócio foi ficando ruim pra ela, ela se mandou. Foi pro partido dos golpistas", reclamou.
No Facebook, a estudante escreveu que foi "falar poucas e boas" à ex-prefeita, e acrescentou: "Não aceito golpista na minha quebrada".
O post é acompanhado de duas fotos dela antes de abordar a campanha, ainda com o cartaz em mãos.
Na rede social, Mellany já publicou, em março, imagem com a mensagem "Diga não ao golpe! Ninguém vai tirar a legitimidade que o voto deu".
Procurada para se manifestar sobre o cartaz que Mellany diz ter sido arrancado de suas mãos, a campanha de Marta informou por meio de nota que "lamenta e condena esse tipo de atitude".
"Marta tem sua história marcada pela defesa da democracia e da livre manifestação", diz a nota.