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Alvo de críticas e denúncias, governadores desaparecem das campanhas de seus aliados

A crise, o desgaste das gestões estaduais e até operações policiais fizeram a frase "você é o candidato do governador" se tornar um dos principais ataques de adversários em campanhas de capitais brasileiras.

A uma semana do primeiro turno, candidatos de Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro dispensaram a presença dos governadores que os apoiam tanto no horário eleitoral quanto em atos nas ruas.

Na capital mineira, a imagem de Fernando Pimentel (PT) é usada para criticar até concorrentes, que dizem não ser aliados. Opositores de Alexandre Kalil (PHS) têm divulgado em propagandas uma foto de seu vice, Paulo Lamac (Rede), apertando a mão de Pimentel.

Lamac é ex-petista, mas a chapa tem negado qualquer relação com o governador.

Pimentel é o principal alvo da Operação Acrônimo, da Polícia Federal, que apura supostos benefícios concedidos a empresas pelo então ministro do Desenvolvimento, atual governador, em troca de financiamento de sua campanha. Ele nega todas as acusações.

O candidato oficial do partido em BH, Reginaldo Lopes, diz que Pimentel já gravou uma propaganda e irá aparecer na "reta final" de sua campanha. Até o momento, no entanto, o governador não esteve sequer nos lançamentos de pré-candidatura e candidatura de Lopes.

O próprio candidato governista usa em suas divulgações falas de outros petistas como o deputado estadual Rogério Correia, o senador Lindbergh Farias (RJ), o ex-ministro Patrus Ananias e ainda faz a defesa dos ex-presidentes Lula e Dilma. Mas Pimentel não aparece.

A presidente do PT de Minas, Cida de Jesus, justifica a ausência do governador como uma consequência do formato de campanha. "As eleições deste ano são da militância, não é uma questão do governador Pimentel", diz.

Pesquisa Datafolha de agosto aponta que 54% dos eleitores rejeitariam o candidato que tivesse apoio de Pimentel.

No Rio Grande do Sul, um dos Estados mais afetados pela crise e onde o governador José Ivo Sartori (PMDB) foi alvo de protestos ao parcelar o salário dos servidores, o candidato peemedebista em Porto Alegre, Sebastião Melo, não o terá ao lado em seus atos de campanha.

Manifestantes de esquerda já têm usado o slogan "Melo é Sartori" em protestos para vincular o candidato ao atual governador.

Melo, no entanto, afirma que não quer "transformar este pleito em um debate sobre as questões estaduais e nacionais".

Já a assessoria de Sartori afirma que o governador participou de ato em Caxias do Sul, sua cidade natal, e gravou vídeos de apoio a candidatos do interior.

"Em Porto Alegre, [Sartori] sempre manifestou sua posição de apoio ao candidato de seu partido, Sebastião Melo. Porém, em todos os casos, procura agir com respeito à base política de apoio ao governo na Assembleia Legislativa", diz nota da coligação.

Dois governadores estão ausentes da campanha de Pedro Paulo (PMDB) à Prefeitura do Rio: o interino Francisco Dornelles (PP) e Luiz Fernando Pezão (PMDB), que está de licença médica.

O Estado sofre um deficit de R$ 19 bilhões neste ano e chegou a decretar estado de calamidade pública.

Oficialmente, a assessoria de Pedro Paulo diz que Dornelles está "com o tempo todo tomado em enfrentar os desafios do Estado" e Pezão não pode participar por causa da licença.

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), também tem sofrido ataques da maioria dos candidatos em Curitiba, sobretudo porque a Polícia Militar entrou em conflito com professores em um protesto contra o governo, no ano passado, e deixou dezenas de feridos.

Ele apoia Rafael Greca (PMN) na capital do Estado, candidato que tem sido questionado sobre a ausência do tucano na campanha e que alega ter priorizado "a presença do candidato para divulgação de ideias".

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